Folha de S. Paulo


Xi tenta se elevar ao panteão de Mao e Deng; com Trump, 'América se rende'

Reprodução/'Diário do Povo'

O "Diário do Povo", órgão do Partido Comunista chinês, que inicia seu 19º congresso nesta quarta, publica o editorial "Abrindo um novo domínio para o socialismo com características chinesas", com o cabeçalho acima.

Proclama que o socialismo chinês "entrou num novo estágio", "num novo ponto de partida histórico" —e deixa para trás os dois anteriores, "a fundação da República Popular da China" em 1949 e "o movimento de reformas e abertura" a partir de 1978:

— Em especial, os discursos e novas ideias, pensamentos e estratégias do secretário-geral Xi Jinping construíram um sistema integrado de teoria científica.

O privado "South China Morning Post", de Jack Ma, fundador do gigante de tecnologia Alibaba, explicou em análise que o "Pensamento de Xi Jinping" deverá ser "adicionado à constituição do partido com o seu nome" —como só aconteceu até hoje com dois outros nomes do PC, Mao Tse-tung, líder de 1949, e Deng Xiaoping, de 1978.

Seu "discurso" principal foi pronunciado em 26 de julho passado, em Pequim, e sublinha a busca pelo "grande renascimento chinês". Xi se diferenciaria de Deng, por exemplo, por buscar "distribuição de riqueza" em vez de buscar "primeiro a riqueza".

Reprodução/'New York Times'

RENDIÇÃO AMERICANA

O "New York Times", no longo editorial "América se rende", critica o presidente Donald Trump por atacar "com martelo a arquitetura de segurança global e desenvolvimento que presidentes americanos criaram", de Otan, ONU, Banco Mundial e FMI.

Com sua "guerra às instituições multilaterais, está cedendo o futuro para potências agressivas, especialmente regimes autoritários como a China". Em suma, Trump "corrói a credibilidade americana e cede influência e oportunidades de investimento para países ambiciosos como a China, que fica muito feliz em assumir o papel".


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