Folha de S. Paulo


Destruição real no México faz esquecer escalada retórica de Trump na ONU

reforma

Depois do primeiro impacto noticioso, nas manchetes dos mexicanos "Reforma" e "El Universal", não demorou para começar a contagem dos imóveis derrubados e dos mortos, que foram aumentando de hora em hora.

Também não tardaram os vídeos de celular, tanto em mídia social como nos veículos jornalísticos, com prédios caindo e cidade tomada por pó e fumaça.

Por toda a América Latina, do argentino "Clarín" ao colombiano "El Tiempo", o segundo terremoto mexicano em um mês avançou logo para as manchetes. Também na Europa, com o francês "Le Figaro" e outros.

Nos Estados Unidos foi preciso esperar um pouco mais para que "New York Times" e os canais Fox News e CNN finalmente deixassem em segundo plano o discurso de horrores de Donald Trump na Assembleia Geral da ONU.

Na home page do principal jornal americano e global, o alerta de que "a expectativa é que o número de mortos cresça muito mais".

ESCALADA RETÓRICA

Até o terremoto, as atenções do mundo estavam voltadas para Trump, que "ameaça 'destruir totalmente a Coreia do Norte'" e que declarou que "algumas partes do mundo 'vão para o inferno'", nos enunciados do "NYT".

Na avaliação do "Washington Post", "a ameaça é extraordinária até mesmo para Trump" e os seus "coloquialismos não conseguiram mascarar a escalada surpreendente de retórica".

PALAVRAS ARDENTES

O americano foi o foco do alemão "Frankfurter Algemeine Zeitung", que ironizou suas "palavras ardentes", ao "South China Morning Post".

O também alemão "Die Zeit" abriu na manchete on-line que ele defendeu, em sua "performance" na ONU, "Todos juntos, mas a América primeiro".

OUTRO LADO

O russo "Kommersant" também deu manchete para o pronunciamento na ONU, mas apontando Trump como "paciente", porque se declarou "pronto para destruir a Coreia do Norte, mas espera não ser necessário".


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