Folha de S. Paulo


China 'oferece calma', mas também ameaça (e torce pela Coreia do Norte)

globaltimes

Nos Estados Unidos, "New York Times", "Washington Post" e outros manchetaram Donald Trump comentando a própria retórica nuclear, dizendo agora não ter sido "dura o bastante". E passaram a destacar também que as ameaças do norte-coreano Kim Jong-un não ficam atrás.

Mais importante, tanto "NYT" quanto "Wall Street Journal" se voltaram para a China, na esperança de conter os ânimos. No enunciado do primeiro, "Trump oferece fogo e fúria à Ásia, a China oferece calma". No segundo, "Nos bastidores, chineses pesam estratégias para evitar a eclosão do conflito".

Na própria China, é esse o discurso da maioria dos principais veículos, com a agência Xinhua, principal referência, pedindo "retorno à razão". Mas a imprensa chinesa tem divisões históricas —e o jornal mais nacionalista, o tabloide "Huanqiu Shibao" ("Global Times"), mais uma vez não se conteve.

No editorial da edição em inglês, afirmou que "a China se manterá neutra" se a Coreia do Norte lançar mísseis "primeiro" e os EUA contra-atacarem. Mas, se este e a Coreia do Sul tentarem derrubar e mudar o regime ao Norte, "a China irá impedi-los".

No editorial em mandarim e em vídeo de seu célebre editor-chefe, Hu Xijin (acima), o jornal de Pequim foi além e citou um ditado chinês, "o descalço não teme o calçado". Ou, mais diretamente, "o homem que não tem nada a perder não tem medo do homem que tem o que perder".

Em palavras ainda mais claras, "os EUA são mais poderosos, mas num confronto de verdade não derrotariam a Coreia do Norte".

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GUERRA MUNDIAL

Na "Forbes", hoje controlada por investidores de Hong Kong, "Como o DiDi, rei na China, está assumindo o controle do mundo antes que o Uber o faça". Comprando participação, o serviço "se aliou ao brasileiro 99" e inúmeros outros, do Grab (Sudeste Asiático) ao Lyft (EUA) e ao Ola (Índia).

Em despacho da Bloomberg, com o investimento chinês, "99 embarca numa maciça farra de contratações" no Brasil, onde já estaria maior do que o Uber.

Por outro lado, o "WSJ", chamando o DiDi de "assassino de Uber", questiona o serviço chinês, dizendo ser uma operação "subsidiada", não "start-up".

Reprodução
protesto em Brasília, 'Guardian' publica artigo comparando Brasil e Venezuela

TEMER & MADURO

Artigos de "Guardian", com a foto acima, e Al Jazeera comparam Brasil e Venezuela. No jornal inglês:

— O Ocidente está tomado pela Venezuela. Por que ignora o Brasil?

No site do canal do Qatar, "O Brasil será a próxima Venezuela?", com violência, "Ou a Venezuela seguirá o caminho oligárquico do Brasil?". Responde que "muito provavelmente a Venezuela seguirá" o Brasil, de volta ao padrão da América Latina.

LULA LÁ

Na americana "The Nation", centenária publicação de esquerda, "Líder mais popular do Brasil foi condenado com provas inconsistentes".

Destaca que ele representa "uma afronta à elite tradicional do país", que "quer destruí-lo por qualquer meio que seja necessário".


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