Folha de S. Paulo


Bernie Sanders, na trilha de Jeremy Corbyn, vira ameaça eleitoral nos EUA

O americano Bernie Sanders, que perdeu a candidatura democrata em 2016, se declarou "deliciado" ao "Washington Post" de sexta com o desempenho do britânico Jeremy Corbyn:

— Ao redor do mundo, as pessoas estão se levantando contra a austeridade e os níveis maciços de desigualdade.

Sábado à noite, falando num encontro de democratas, Sanders foi além, de acordo com a CNN. Afirmou que o avanço dos trabalhistas "não aconteceu se movendo para a direita, não aconteceu por se tornarem mais conciliatórios", mas porque "eles enfrentaram a classe dominante do Reino Unido".

A manchete do "New York Times", a partir do domingo à tarde, foi um primeiro sinal de reação: "Para os democratas, um racha crescente entre o partido e suas bases". Entre os que estão em "terreno com viés conservador" e a "ascendente ala militante, liderada por Sanders".

No destaque do jornal, a disputa pode "interromper o caminho do partido para uma maioria" no Congresso.

'EU ESTAVA ERRADO'

No "Guardian", jornal britânico pró-trabalhista que passou dois anos combatendo Corbyn, o fim de semana foi de desculpas.

Da coluna de Jonathan Freedland : "Eu não acreditava que o partido pudesse representar uma ameaça eleitoral sob Corbyn. Eu estava errado". Nick Cohen foi além: "Prefiro me desculpar com os correligionários ofendidos de Corbyn. Eu estava errado".

O LIVRO DE REGRAS

Para Freedland, referência do jornal, Corbyn "reescreveu o livro de regras" eleitorais, como a de que "é impossível avançar pela esquerda" ou que "a imprensa direitista é soberana".

CERCADA

Enquanto isso, a primeira-ministra conservadora Theresa May sofre nas mãos da "imprensa direitista", com o tabloide "Sun" prevendo sua queda em manchete, o "Telegraph" bancando Boris Johnson para a vaga, e o "Financial Times", Philip Hammond.

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Estudo no site 'Conversation' e na 'Time' revela ligação entre programação com mensagem autoritária e eleitores de Trump

CULTIVO

Estudo divulgado no site "Conversation", acima, e também na revista "Time", realizado durante a campanha eleitoral nos EUA, aponta elo entre a programação de TV com mensagem autoritária e o voto em Donald Trump.

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LIÇÕES

Do "Financial Times", sobre "House of Cards" e Michel Temer na Justiça Eleitoral: "Pelo menos um político está mostrando que não precisa de lições de Hollywood sobre maquiavelismo".

Um dia depois, no "Wall Street Journal", "Juíza mais elevada do Brasil cita 'grave crime'" no caso da suposta espionagem de ministro.

Ao fundo, no "El País", a chanceler alemã Angela Merkel "afaga Argentina em giro na América Latina que exclui Brasil".

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Economist', em ilustração, separa os Brics em ouro, caso da China, e lixo, caso do Brasil

CONTRASTE

Análise da revista "The Economist", com a ilustração acima, separa os Brics em ouro, caso da China, e lixo, caso do Brasil.

O grupo tem nova cúpula programada para daqui a três meses, em Xiamen, na China. Um primeiro encontro de chanceleres acontece no próximo domingo, em Pequim.

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No 'Figaro', o avanço de Macron na Assembleia francesa

CENTRÃO

Em destaque ao longo do domingo à tarde e à noite no francês "Le Figaro", a provável composição da Assembleia Nacional do país, com os centristas de Emmanuel Macron avançando sobre a esquerda e a direita.


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