Folha de S. Paulo


Editoriais no exterior se dividem entre as reformas ou as diretas no Brasil

Começaram a sair as primeiras tomadas de posição, em publicações internacionais. A nova "Economist" traz "leader", como chama seus editoriais, com o enunciado "Importa menos quem é o presidente do que a continuação das reformas".

Diz que "é cedo para demandar renúncia", mas que, "se ficar, Temer terá muito mais dificuldade em passar as reformas no Congresso". Ou seja, "o melhor que o Brasil pode esperar agora é um presidente fraco que possa terminar o que ele iniciou no que resta do mandato".

"Guardian" e "El País" defenderam eleições diretas, respectivamente com os títulos "O público merece ter voz" e "Agonia brasileira".

Para o jornal inglês, "os políticos brasileiros puseram o país nessa bagunça: eles deveriam deixar que os eleitores tivessem a palavra sobre como sair dela". Para o espanhol, "é necessário modificar a Constituição para permitir eleições" e a escolha de um presidente com "a legitimidade das urnas para recolocar o Brasil no lugar que merece".

Reprodução
Em longa reportagem, 'FT' diz que 'Cultura de corrupção engole elite brasileira

SISTEMA

Em longa reportagem ("The Big Read"), o "Financial Times" desta sexta afirma que a "Cultura de corrupção engolfa a elite brasileira ", no enunciado acima, e agora o "escândalo presidencial atinge o coração do sistema".

ALERTA CHINÊS

O "Global Times", jornal estatal na China, mas usualmente de tom mais agressivo que os demais, avisa que as "empresas chinesas devem se preparar para lidar com a precipitação da crise no Brasil", que já está "afetando a estabilidade econômica e social do país". Cita alerta emitido por sua embaixada em Brasília.

LEMBRANÇAS

Na Alemanha, repercutiram as cenas de repressão militar de quarta em Brasília. O berlinense "Tagesspiegel", com foto, deu reportagem intitulada "No Brasil, lembranças do golpe militar estão acordando". Temer "agora enviou soldados para as ruas da capital", contra 150 mil manifestantes que "pediram novas eleições".

POLÍTICA & MERCADO

Já o "New York Times", em coluna de economia, dá a crise brasileira como exemplo, para os EUA tensos com Trump, de que a "política pode mover o mercado, mas raramente por muito tempo". A Bovespa caiu 10% no dia da delação da JBS, mas já se estabilizou e, no ano, seu desempenho é positivo.

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GUERRA & TERROR

Contra a corrente, o candidato de oposição no Reino Unido, Jeremy Corbyn, afirma que o atentado de Manchester e outros se devem às "guerras" que o próprio país promoveu. É manchete desta sexta no governista "Telegraph", que aposta que a declaração tira votos de Corbyn.

SOB AMEAÇA

O "NYT" passou o dia se defendendo, na manchete digital, pela publicação de fotos do dispositivo que explodiu em Manchester. O governo inglês cobrou a Casa Branca pelo vazamento, e Trump quer punição. O jornal diz que cobrir atos de terror a fundo "é parte central de nossa missão".


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