Folha de S. Paulo


Em apoio a ação militar, imprensa dos EUA chega perto da unanimidade

Em título no "Washington Post", Margaret Sullivan perguntou, sobre o ataque na Síria: "A mídia amou o espetáculo de poderio militar. Nós vamos realmente fazer isso de novo? ".

A colunista de mídia questionou o alinhamento dos canais de notícia —e até mesmo o "New York Times", onde ela foi ombudsman até 2016, por um enunciado que inicialmente proclamava que, "No ataque à Síria, Trump agiu primeiro com o coração.

Na terça-feira saiu o primeiro levantamento sobre os editoriais da imprensa diária americana. Dos 100 maiores jornais, 47 já opinaram: 39 a favor, 7 ambíguos e só 1 contra, o "Houston Chronicle", mas com argumento constitucional, de que o presidente não tem tal direito.

Os principais, "NYT", "WP", "Wall Street Journal" e "USA Today", que não apoiaram Trump na campanha, agora gostaram.

Também na terça, o "NYT" criticou o presidente em manchete, mas só porque ele, pessoalmente, ainda não apareceu para atacar Putin.

PARTIDARISMO

O instituto Gallup divulgou pesquisa que constatou que seis em dez americanos veem enviesamento partidário na mídia do país, ou seja, que ela privilegia um partido —segundo a maioria dos que veem partidarismo, o democrata.

Em levantamentos anteriores, cerca de metade fazia tal julgamento.

DEMISSÃO

O desastroso porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que já tinha virado personagem do "Saturday Night Live", comparou Hitler —positivamente— em relação a Assad, porque "não usou gás contra seu próprio povo".

Depois Spicer falou até à CNN, que ele mesmo tanto atacou, para se desculpar. Os pedidos de demissão continuaram:

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'SOB FOGO'

A "Variety", referência da indústria de mídia, traz na capa (abaixo) o âncora da Fox News, Bill O'Reilly, ameaçado por "tempestade" de acusações de assédio sexual —e perda de anunciantes. Informa que o canal escondeu, da reportagem do "NYT" que revelou os casos, a renovação de seu contrato.

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Capa da

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