Folha de S. Paulo


Com cuidados, cobertura nos EUA embasa novas revelações do WikiLeaks

Desta vez sem parceiros na mídia, Julian Assange, editor do WikiLeaks, divulgou o material pelo Twitter, com o logo da CIA para o departamento de espionagem eletrônica, tirado dos documentos:

wikileaks

A partir do meio-dia, com enunciados tateantes, foi virando manchete digital de "New York Times", "Washington Post", "Wall Street Journal", "Financial Times" e do canal de notícias Fox News. A maior exceção era a CNN, que, sob fogo de mídia social, se justificava dizendo estar "revisando o material".

Mas não demorou para surgirem confirmações de autenticidade. Edward Snowden tuitou que "o que o WikiLeaks tem é genuinamente grande", com nomes de programas e departamentos que "só um 'insider' credenciado poderia saber". "WSJ" e "WP" foram pela mesma linha, citando mais de uma fonte de inteligência.

Em assunto tão técnico e ao mesmo tempo de alcance tão generalizado, "NYT" e "WP" logo acrescentaram explicações sobre a vulnerabilidade de smartphones e smarTVs. Mas o comando da cobertura foi mesmo de Snowden, simplificando o que significam as ações americanas com tuítes como: "Imagine um mundo em que a CIA passa o tempo buscando formas de espionar você através da sua TV. Isso é hoje."

twitter

ALEMANHA, DE NOVO
As revelações sobre a CIA foram destaque digital também de jornais europeus como o francês "Le Monde" e o alemão "Süddeutsche Zeitung", este se concentrando na informação de que o consulado americano em Frankfurt é um centro de espionagem eletrônica na Europa.

A DIREITA AVANÇA
O "WP" reportou o crescimento da mídia de extrema-direita em países europeus com eleições neste ano. Na Holanda, pelo menos um site é bancado por fundação ligada à direita americana, Gatestone. Na Alemanha, dezenas de sites seriam ligados à direita russa.

MAS NÃO 'BREITBART'
O "Politico" noticiou que, embora tenha prometido entrar nos mercados francês e alemão para apoiar candidados extremistas, o site americano mais ligado ao governo Trump, "Breitbart News", ainda não adotou qualquer ação para tanto. E não deve estrear a tempo para as duas eleições.

A PRÓXIMA?
Marine Le Pen deu entrevista ao programa "60 Minutes", e se apresentou como uma surpresa semelhante a Trump na eleição francesa. Como ele, atacou a globalização e os imigrantes. Mas ela carrega o fardo de um partido e um sobrenome com histórico racista, sublinhou a CBS.

Reprodução
wsjbrazilcorruption.jpg

CENTENAS
Disputando espaço com o WikiLeaks no alto da home do "WSJ" (acima), "Brasil, ampliando a caça por corrupção, a encontra debaixo de toda pedra ".

Uma versão desta coluna foi publicada na edição de 8 de março de 2017 com o título "Com cuidados, cobertura no país embasa novos vazamentos"


Endereço da página:

Links no texto: