Folha de S. Paulo


'Trump do Teleprompter' esconde 'Trump do Twitter', mas ele segue lá

Reprodução/CNN
imagem para Toda Mídia
Na CNN, pesquisa instantânea com telespectadores do pronunciamento mostrou aprovação de 78%

O "Deadline" informa que a audiência do pronunciamento de Trump ao Congresso, pela TV americana, foi cerca de 25% maior que a de Obama em seu último pronunciamento no mesmo cenário.

Mas o que marca mais é como foi ele bem recebido. No enunciado do "New York Times", "oferece uma visão mais esperançosa" e até defende o fim das "brigas trivais"...

Na transmissão dos canais de notícias, tanto CNN quanto Fox News observaram que com o discurso ele "virou presidente", finalmente. Na NBC, o ex-âncora Tom Brokaw afirmou que ele se mostrou ali, "fácil, o mais presidencial que já foi".

Era quase outra pessoa, o que ficou mais claro num tuíte do editor-chefe do "Daily Beast", no que ele definiu como "reality check", verificação de realidade, para os mais entusiasmados:

— O Trump do Twitter ainda é o verdadeiro. O Trump do Teleprompter é que soa presidencial...

A descrição ecoou amplamente, da Bloomberg ao "Washington Post", este anotando que o discurso escrito por Stephen Miller espelhou o pensamento do estrategista Stephen Bannon, pela direita ultranacionalista, e da filha Ivanka Trump, no maior humanismo sobre mulheres e educação.

A CBS sublinhou, de um integrante de pesquisa qualitativa (grupo de discussão formado com eleitores diversos, para acompanhar suas reações):

— Grande trabalho do redator de discursos, mas eu vou ver Donald Trump ao meio-dia [no Twitter].

Por enquanto, o Trump do Twitter, fora um "Obrigado" pouco antes do meio-dia, está quieto.

*

Dois dias antes, Jon Stewart ironizou a mídia por estar esperando há um ano e meio que Trump "se torne presidencial", o que não acontece "porque homens de 70 anos não se tornam menos racistas com o tempo":

youtube

Aqui, na íntegra, a participação do apresentador no "The Late Show with Stephen Colbert", da CBS.


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