Folha de S. Paulo


Jimmy Fallon "fala YouTube". Google agradece

Com 11,3 milhões de espectadores, a estreia do apresentador Jimmy Fallon no "Tonight Show" (NBC) perdeu para a despedida de Jay Leno há duas semanas, que marcou 14,6 milhões. Mas foi uma vitória em várias outras direções.

Ele atingiu, exatamente como Leno, 3,8 pontos de audiência na faixa que os anunciantes mais desejam, de 18 a 49 anos. Massacrou David Letterman (CBS), que marcou 0,5 ponto na faixa _e uma audiência total de meros 2,4 milhões.

Fallon também estreou com uma base sólida na festejada publicidade nativa, "native advertising". A GE fechou contrato com a NBC para bancar o quadro "Fallonventions", em que o apresentador mostra invenções feitas por crianças.

O tamanho da aposta no programa é ilustrado pelo fato de que na plateia estava o presidente da Comcast, a maior empresa de mídia e comunicação do mundo, dona da NBCUniversal e que está agora comprando a Time Warner.

Mais do que audiência e publicidade em televisão, porém, a aposta no "The Tonight Show Starring Jimmy Fallon" tem como alvo a internet. "Temos um apresentador do 'Tonight Show' que fala YouTube, saudou Tim Shey, do YouTube.

E também na internet Fallon e a Comcast podem celebrar vitória. Em pouco mais de um dia, o vídeo com o principal esquete da estreia, carregado de celebridades, como Kim Kardashian, já passava de 1,3 milhão de visualizações.

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Mas na internet o sucesso do novo "Tonight Show" vem com um asterico: o YouTube, do Google, é uma plataforma que come quase metade da receita publicitária alcançada pelos chamados anúncios True View, que abrem os vídeos.

Ou seja, o Google "continua a varrer os dólares de publicidade que um dia foram destinados à televisão", como enfatizou o MediaPost ao comentar outra notícia _o contrato do gigante de internet com o "media broker" Magna Global.

Trata-se de um dos maiores compradores de espaço publicitário do mundo. E três outros "media brokers" ou birôs de mídia já haviam assinado com o Google nos últimos meses, MediaVest, Razorfish e DigitasLBI, do grupo Publicis.

Por aqui, vale registrar que o Google/YouTube começou a varredura, que o transformou já no segundo faturamento em publicidade no Brasil, quando passou a pagar bônus por volume às agências, uma invenção local da Rede Globo.


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