Folha de S. Paulo


Manifestantes servem ração de cachorro em frente à Prefeitura de SP

Vitor Marques/Divulgação
Integrantes da Juventude do PT de São Paulo e do Fórum da Cidade realizam protesto em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, na sexta (20)
Manifestantes servem ração de cachorro em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, na sexta (20)

Integrantes da juventude do PT e de movimentos sociais e estudantis fizeram um protesto em que ofereceram ração de cachorro para quem passou em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, no centro, no início da tarde desta sexta (20).

O ato, que começou por volta do meio-dia e terminou às 13h30, era contra a distribuição da farinata, farinha feita com alimentos perto da data de validade que seriam descartados por produtores ou revendedores. O produto serve de base para o granulado alimentar que virou polêmica nos últimos dias, quando o prefeito João Doria divulgou que distribuiria o composto para famílias de baixa renda da cidade.

"A grande inovação de gestão do Doria é a gestão do 'resto'. Oferece resto de comida, resto de medicamentos e o que sobra do seu tempo, enquanto viaja para se viabilizar candidato a presidência da República", afirma o secretário da juventude do PT de São Paulo, Vitor Marques. "O que ele mesmo propôs não está pronto. Aproveitamos a hora do almoço e viemos distribuir ração."

A comida canina também foi colocada em potes dispostos no chão ao lado de nomes de secretários municipais como Eloisa Arruda (Direitos Humanos e Cidadania), Wilson Poit (Desestatizações e Parcerias) e Julio Semeghini (Governo).

Apresentado pelo prefeito com o programa Alimento para Todos, o granulado já foi chamado de "ração humana" por críticos como a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL), que protocolou um pedido de abertura de CPI na Câmara Municipal para investigar o projeto.

Na quarta (18), Doria anunciou a adoção do uso da farinata na alimentação de crianças estudantes de escolas municipais, mas desistiu da ideia.

RESPOSTA

Em resposta à declaração de Marques, Luiz Oliveira, líder do grupo de jovens tucanos Conexão 45, ligado ao prefeito, aponta que o número de manifestantes no ato foi pequeno e afirma que "João Doria está fazendo o que o PT e o Haddad não fizeram em seus quatro anos: gestão".

"A população não aguenta mais pequenos grupos disseminando mentiras sobre ações do prefeito", conclui Oliveira.


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