Folha de S. Paulo


Professores da USP fazem abaixo-assinado por cotas raciais

Quase 300 professores da USP (Universidade de São Paulo) assinaram um manifesto exigindo que a entidade aprove cotas raciais.

O Conselho Universitário decidirá nesta terça (4) sobre formas de acesso à USP nos próximos vestibulares. No dia 28, o conselho de graduação havia aprovado reserva de 50% das vagas para estudantes de escolas públicas, mas sem levar em conta o perfil étnico-racial dos alunos e sua condição sócio-econômica.

Os professores consideram que a proposta é insuficiente. "As cotas somente para escolas públicas não bastam para garantir que a Universidade alcance a meta da composição étnico-racial da população", dizem no abaixo-assinado.

Assinaram o documento docentes como Jorge Luiz Souto Maior, da Faculdade de Direito; Arlindo Tribess, da Escola Politécnica; Mário Scheffer, da Faculdade de Medicina; Laura Carvalho, da FEA (Faculdade de Economia e Administração); Raquel Rolnik, da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo); Heloisa Buarque de Almeida, Ana Lúcia Pastores e Lilia Schwarcz, da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas); entre outros.

Encabeçam a lista os professores Kabengele Munanga, Márcia Regina de Lima Silva, Dennis Oliveira e Márcia Regina Barros da Silva, que são negros.

O professores dizem ainda que a USP está atrasada nesse quesito. "Só a USP não tem cotas! As primeiras medidas de cotas em universidades no Brasil já tem mais de 15 anos. Pensamos que essa decisão cabe à sociedade que financia a USP e mesmo assim é excluída dela. Tal decisão já foi tomada, graças às lutas do movimento negro, e só nos cabe implementar políticas de permanência para receber as alunas e os alunos cotistas da melhor forma e com o máximo de apoio possível", diz a carta.


Endereço da página: