Folha de S. Paulo


Delegado ameaça enquadrar manifestantes em crime de associação criminosa, diz advogado

O advogado dos seis manifestantes detidos na avenida José Pinheiro Borges, próxima à Radial Leste, em SP, na manhã desta sexta (28), diz que o delegado responsável pela ocorrência ameaçou denunciá-los por associação criminosa, crime de explosão e crime de incêndio.

As pessoas foram detidas durante uma das manifestações contra a reforma trabalhista e a reforma previdenciária.

Três dos manifestantes -Luciano Antônio Firmino, Ricardo Rodrigues dos Santos e Juracy Alves dos Santos- fazem parte do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto).

Segundo o advogado Felipe Vono, as pessoas ainda não foram ouvidas, mas o delegado do 65º DP, Marcos Luis Gomes, teria dito que vai enquadrá-los nos crimes com base nas informações passadas pela Polícia Militar.

"Associação criminosa é quando pessoas se juntam para cometer um crime. O delegado está criminalizando o movimento social quando ele equipara uma quadrilha a uma organização social", diz o advogado.

A Polícia Militar afirma que foram apreendidos um galão de combustível, tochas e pregos retorcidos com o grupo. Também diz que alguns integrantes do grupo atiraram rojões contra os policiais.

De acordo com o advogado Felipe Vono, nenhuma das pessoas portava material explosivo ou incendiário. "A coisas que a PM apresentou não estavam com o grupo. Não havia rojões. Eles estão dispostos a fazer exames para comprovar que não há pólvora na mão ou roupa deles", diz Vono.

A ouvidoria da polícia está acompanhando o caso na delegacia. O registro da ocorrência ainda está em andamento.


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