Folha de S. Paulo


Reação de Cunha se continuar preso é imprevisível, avaliam advogados

Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress
O ex-deputado Eduardo Cunha (à esq.) chega à sede da Justiça Federal, em Curitiba (PR), para prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro
O ex-deputado Eduardo Cunha chega à sede da Justiça Federal, em Curitiba (PR), para depoimento

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha passou a apostar todas as suas fichas no julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) do habeas corpus em que pede para ser libertado. A reação, em caso de derrota, é considerada imprevisível por defensores que atuam no caso.

EU ACREDITO
"Se perder e continuar preso, ele vai surtar", diz um interlocutor de Cunha na área jurídica, afirmando que a expectativa do ex-deputado sobre o STF é muito positiva. Na terça (21), ele sofreu derrota acachapante no STJ (Superior Tribunal de Justiça), quando o mesmo habeas corpus foi rejeitado por 5 a 0.

É ELE
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS-MG), visitará Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em SP em abril. "Ele vem dizer que nosso partido caminhará com o governador", ou seja, defenderá uma aliança em torno dele para a campanha presidencial, diz Láercio Benko, secretário de Turismo de SP e também filiado ao PHS.

DIREITO SAGRADO
O advogado Fernando Hideo Lacerda, que defende o blogueiro Eduardo Guimarães, conduzido coercitivamente na terça (21) à Polícia Federal por ordem do juiz Sergio Moro, integra a banca da ex-deputada Zulaiê Cobra Ribeiro, que desde sempre faz oposição ao PT e já foi até processada pelo partido. "O trabalho do Fernando honra o escritório e a minha história", diz ela. "A liberdade de expressão e o direito de defesa são sagrados numa democracia."

VENDE-SE
Celulares foram os itens mais vendidos pelo site de comércio eletrônico OLX em 2016. Foram cerca de 3,8 milhões de aparelhos, segundo levantamento da empresa. Em seguida vieram os carros (2 milhões), móveis (1,7 milhão), eletrodomésticos (1,5 milhão) e computadores e acessórios (1,4 milhão).

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LUIZ AMA LUCILIA, QUE ADORA JOÃO, QUE AMA GERALDO

O amor estava no ar no jantar que Lucilia Diniz ofereceu na terça (21) ao prefeito João Doria (PSDB-SP) no Jardim Europa, em São Paulo.

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"É o amor que eu esperei a vida inteira. E agora ele chegou", disse ela à coluna enquanto recebia convidados ao lado do namorado, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Foi a primeira vez que o novo casal apareceu em público, em uma grande festa. Muitos dos 370 convidados ainda nem sabiam que eles estavam juntos.

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"Bem que nós queríamos, mas o Geraldo [Alckmin, governador de São Paulo] vem", dizia uma das pessoas no jantar sobre a possibilidade de alguns dos convidados, próximos do prefeito, lançarem naquela noite o nome de Doria para a Presidência da República em 2018.

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"Eu estou apavorado com essa onda", dizia um secretário de Doria sobre o ti-ti-ti em torno da possibilidade de ele atropelar o padrinho político. Alckmin é candidato à Presidência. "Muita gente que estava próxima começou a ficar arisca com o João por causa disso. E ele já disse que não é candidato, ele não quer, o candidato é o governador."

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Na hora dos discursos, Lucilia leu um texto cheio de elogios "ao João". E terminou dizendo que ele era a maior promessa de renovação da política nacional. Doria foi rápido. Antes de qualquer reação da plateia, pegou o microfone, agradeceu à anfitriã e afirmou: "O maior nome da política nacional é Geraldo Alckmin". E passou o aparelho ao governador, que então discursou.

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Ao pegar o microfone de volta das mãos de Alckmin, o prefeito tirou os sapatos, subiu numa cadeira para ser visto por todos e disparou: "Não sou candidato a nada. Meu candidato à Presidência é Geraldo Alckmin. Aprendi com meu pai a ser [frisando as sílabas] le-al. Lealdade não vai me faltar nunca."

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E derramou-se em elogios, chamando o governador de "mestre" e "professor". Alckmin, ao lado, sorria.

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Enquanto Doria discursava, Sérgio De Nadai, amigo dele, foi avisado de que o vice-governador, Márcio França (PSB-SP), estava na festa e deveria ser chamado para ficar ao lado de Alckmin. Era alarme falso. Mas a preocupação era evitar uma situação incômoda: o vice quer ser candidato ao governo de SP, cargo para o qual muitos querem lançar o próprio Doria ou algum outro nome do PSDB.

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Mais uma saia justa para o prefeito contornar. "Eu não tenho candidato ainda", respondeu ele à Folha ao ser questionado se apoia França. "Não tenho como responder. Eu sou tucano, antes de tudo. Mas ainda é cedo."

CURTO-CIRCUITO

Dionne Warwick se apresenta nesta quinta-feira (23) no Espaço das Américas, a partir das 22h.

O artista plástico Nazareno abre nesta quinta, às 19h, a exposição "A Experiência Geográfica", na Galeria Lume, no Jardim Europa.

A Mostra Tiradentes | SP começa nesta quinta e vai até dia 29, com filmes do festival. No CineSesc, na rua Augusta.

O escritório Knopfelmacher Advogados passou a atuar também nas áreas de compliance e criminal.

com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO


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