Folha de S. Paulo


João Doria diz que vídeo usado em ação contra ele é ilícito

João Doria

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, afirmou em defesa apresentada na tarde desta quarta (27) que o vídeo que mostra o tucano em um jantar bancado por uma empresa é uma "prova ilícita".

A ação foi iniciada pelo MPE (Ministério Público Eleitoral). A defesa do tucano nega que tenha havido propaganda antecipada, o que é proibido pela lei, e diz que o jantar não teve natureza eleitoral.

O texto, assinado pelo advogado do PSDB, Anderson Pomini, classifica o vídeo como "uma mídia apócrifa e clandestina", já que a gravação foi feita em "ambiente fechado e privado", sem autorização da Justiça. Por isso, deveria ser descartada dos autos.

Danilo Verpa/Folhapress
O tucano Joao Doria, que conta com a estrutura do Governo do Estado de São Paulo
O tucano João Doria, candidato a prefeito de São Paulo

O vídeo mostrando o tucano no jantar bancado por uma empresa entrou na mira do MPE há duas semanas. No evento, em junho, ele fala abertamente como pré-candidato a prefeito.

No entendimento da promotoria, o ato configura doação de campanha por pessoa jurídica, o que o Supremo vetou em setembro de 2015.

Pomini afirmou à Folha que, mesmo que a prova fosse lícita, Doria estava sendo homenageado como empresário, e não como candidato a prefeito. O evento, de acordo com o advogado, aconteceu em "em razão do afastamento temporário de Doria da direção dos trabalhos do Grupo Lide".

O discurso em que o então pré-candidato disse que pretendia ser prefeito foi, segundo a defesa, um "agradecimento aos presentes, informando a razão de seu afastamento", e "mais parecia uma conversa informal entre amigos e colegas".

Se acolhida pela Justiça, a ação pode levar à cassação da candidatura ou do mandato, caso João Doria seja eleito.


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