Folha de S. Paulo


Ex-aliado de Cunha passa a liderar grupo anti-impeachment de Dilma

Gabriela Korossy / Camara dos Deputados
Deputado Waldir Maranhão (PP-MA), passou de defensor do impeachment para contrário
Deputado Waldir Maranhão (PP-MA), passou de defensor do impeachment para contrário

O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) não só fez anúncio bombástico na sexta-feira (15) de que mudaria o voto, passando de defensor do impeachment para contrário como passou a exercer o papel de um dos principais negociadores do grupo que tenta impedir a vitória da oposição e o afastamento de Dilma Rousseff.

A entrada de Maranhão em campo do lado da tropa governista é simbólica já que ele era considerado aliado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ocupando inclusive o cargo de vice-presidente da Casa.

Ele passou a manhã em Brasília reunido com parlamentares que se declaram indecisos sobre o impeachment para convencê-los de que o vice-presidente Michel Temer não conseguiu até agora consolidar a ampla maioria necessária para aprovar a saída de Dilma.

Para isso são necessários 342 votos.

Segundo placar da Folha, a oposição hoje tem hoje 345 votos, ou seja, apenas três a mais que o mínimo necessário, numa margem considerada pequena e possível de ser revertida.

Basta alguns parlamentares pró-impeachment faltarem à sessão amanhã que ele será derrotado.

Com esse argumento, Maranhão tenta também reverter votos já declarados pelo impeachment.

Um dia antes da votação, interesses regionais também têm pesado na definição ou na mudança de posições. Governadores contrários ao impeachment estiveram ontem em Brasília para pressionar as bancadas de seus estados e seguem hoje num trabalho de convencimento.

O lado de Michel Temer também voltou a entrar em alerta e retomou o corpo a corpo com parlamentares. O próprio vice-presidente retornou às pressas a Brasília hoje para se integrar à investida final.


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