O ex-presidente Lula já não está rechaçando totalmente a ideia de ser ministro do governo da presidente Dilma Rousseff, como sempre fez até agora.
No último desenho imaginado pelos que defendem a hipótese, ele iria para a Casa Civil e o atual ocupante da pasta, Jaques Wagner, seria deslocado para o Ministério da Justiça.
Há conselheiros muito próximos do ex-presidente, no entanto, que combatem veementemente a possibilidade de nomeação. Eles têm dito a Lula que isso pareceria uma confissão de culpa. O próprio petista sempre usou esse argumento para não ir para o governo.
Segundos os mesmos conselheiros, a hipótese de ele ir para um ministério ainda é a menos provável.
A decisão ainda não foi tomada. A equipe de Dilma está reunida agora no Palácio do Planalto estudando as consequências da medida.
A possibilidade é vista como extremamente arriscada. A presidente já foi inclusive alertada para a chance de a iniciativa ser questionada no STF (Supremo Tribunal Federal) numa ação acusando a petista de desvio de poder.
Ou seja, ela estaria nomeando Lula apenas para ajudá-lo a impedir as investigações.
O ex-presidente sempre resistiu à proposta de ir para o governo, mas a pressão sobre ele aumentou depois que o petista foi conduzido coercitivamente, na semana passada, para prestar depoimento à Lava Jato. E ficou ainda maior nesta quinta (10), com o pedido de prisão dele feito pelo Ministério Público de São Paulo.
Setores do PT e do governo seguem insistindo na ideia de que o ex-presidente Lula seja nomeado ministro para ganhar foro privilegiado, o que impediria que ele seguisse sendo investigado na Operação Lava Jato em Curitiba.
Lula continuaria sendo investigado pela força-tarefa, só que em Brasília, sob a condução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki.
Na terça-feira, a coluna antecipou que parlamentares do partido passaram a defender a ida dele para o ministério.