Folha de S. Paulo


Sindicato dos Advogados acusa Moro no CNJ de tentar intimidar defensores de Lula

Jorge Araújo/Folhapress
O juiz federal Sérgio Moro realiza palestra e responde perguntas de jornalistas durante o fórum de debates da The Economist, no hotel Grand Hyatt na zona sul de São Paulo
O juiz federal Sérgio Moro durante evento em São Paulo

O Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo vai denunciar o juiz Sergio Moro ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pedido de Roberto Teixeira, um dos advogados do ex-presidente Lula.

A entidade encaminha ao CNJ nesta quarta (9) um pedido de apuração da conduta do juiz da Operação Lava Jato.

Teixeira, que é associado do sindicato, procurou a direção com o argumento de que está tendo suas prerrogativas profissionais violadas. Para o advogado, o juiz tenta envolver suas "atuação profissional" nos fatos investigados pela operação.

No comunicado de condução coercitiva do ex-presidente Lula, Moro se referiu a Teixeira como "pessoa notoriamente" próxima ao petista e afirmou que ele intermediou a coleta de assinaturas para a compra do sítio em Atibaia (SP). O defensor diz que os "fatos demonstram apenas o exercício da advocacia".

"Ele [Teixeira], de certa maneira, está sendo intimidado e nos pediu para tomar providências", diz o presidente do sindicato, Aldimar Assis.

Na representação ao CNJ, a entidade pede que seja apurada a conduta de Moro, "para ver se ele está infringindo a lei da magistratura", segundo Assis. "Agora vai ser apurado. E o juiz que esclareça o que ele está fazendo."

A punição para o magistrado, caso o conselho concorde com as acusações da denúncia do sindicato, pode ir desde advertência e censura até aposentadoria compulsória e demissão.

Procurada, a assessoria de imprensa do juiz afirmou que "dr. Sergio não irá comentar o tema".


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