Folha de S. Paulo


Ainda que fosse madame, não poderia ser julgada, diz Isabella Fiorentino

A apresentadora Isabella Fiorentino diz ter direito de se "indignar com o que está acontecendo", após ser criticada por falar mal do governo no Facebook. Nora do empresário J. Hawilla, envolvido no esquema de corrupção na Fifa, ela escreveu: "que esse lixo de governo tome vergonha na cara e pare de Roubar bilhões q deveria [sic] ir pra saúde e educação. Chega gente!".

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Ela, que apresenta o "Esquadrão da Moda" (SBT), falou com a coluna sobre o caso e seu trabalho social durante sessão de fotos para uma linha de bolsas com seu nome.

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Folha - O que você achou da repercussão negativa?
Isabella Fiorentino - Sou cidadã. Trabalho desde os 13 anos. Sempre olhei os mais fracos. Tenho todo direito de me indignar com o que está acontecendo no Brasil. Mas agora eu não posso mais falar, pessoas que são muito visadas não podem falar. Parece que eu não posso ter minha opinião sobre o governo do país em que eu vivo porque tem gente que distorce. Tive que apagar meu comentário porque fui muito agredida.

Muitos dos comentários negativos vieram de pessoas que associaram sua fala sobre corrupção a seu sogro, J. Hawilla [dono da empresa de marketing Traffic e réu confesso em crimes de extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça].
Não falo sobre esse assunto mesmo!

Qual foi a motivação do seu comentário?
Estava participando de uma campanha para ajudar uma menina com câncer, a Sofia. Depois vieram outras crianças com o mesmo problema. O governo foi obrigado por uma liminar a levar a Sofia para fazer uma operação nos Estados Unidos, mas recorreu duas vezes, o que atrasou muito. A Sofia morreu, e isso me abalou demais. O contexto era esse. Tinha acabado de descobrir que ela tinha morrido. Eu estava nervosa, escrevi tudo errado! E olha que sou chata com português. Minha revolta veio da demora e do fato de a Sofia ter ido até os EUA para se tratar com médicos brasileiros. Por que eles não capacitam quem está aqui para fazer através do SUS? Foi muito triste, por isso desabafei.

Fazer trabalhos sociais e caridade é uma forma de fazer sua parte para ajudar o país?
Sinceramente, nem costumo divulgar. Colaboro com projetos sociais e muita gente não fica sabendo. Faz parte da minha família, da minha criação, agir assim. Hoje faço mais porque eu tenho a posição de influenciar outras pessoas. E, mesmo que não fizesse nada e fosse madame, não poderia ser julgada.

Em quais ações está envolvida?
Sou madrinha do Graac, ajudo no Teleton, doei cem lenços em parceria com a Malwee para mulheres com câncer, tenho um grupo do WhatsApp para dar lanches a refugiados sírios e africanos. Todo mundo teria que fazer isso, eu acho. Deus fala que fé sem obras é fé vazia.

Leia a coluna completa aqui.


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