Folha de S. Paulo


Largou o emprego e foi à Copa

Aos 59 anos, o técnico químico Arturo Martinez pediu demissão da indústria em que trabalhava, em Santiago.

Motivo: seus chefes não o liberaram para que viajasse ao Brasil para ver a Copa do Mundo de 2014.

"Tenho quase 60 anos. Eu nunca mais vou ter a chance de ir a um Mundial. Para nós, que somos apaixonados por futebol, que somos torcedores há 50 anos, é o coroamento de toda uma vida de torcedor", diz ele. "Renunciei a tudo."

Karime Xavier/Folhapress
Arturo Martinez, que pediu demissão para viajar ao Brasil para a Copa
Arturo Martinez, que pediu demissão para viajar ao Brasil para a Copa

Com os movimentos das pernas limitados por sequelas de uma doença de infância, ele descansava numa cadeira de rodas, no parque La Reina, enquanto familiares buscavam informações sobre a viagem que farão junto com a Caravana Santiago-Brasil 2014.

Martinez diz que está pronto para o que der e vier. Ainda não sabe, por exemplo, onde vai dormir. Pode ser até no ônibus ou num camping nas cidades onde o Chile jogará.

"Está tudo colapsado no setor de hospedagem no Brasil. Não há hotel, motel, nada. Estão habilitando até universidades para receber os turistas."

Entradas para as partidas da seleção ele já garantiu. Verá a disputa contra a Austrália, em Cuiabá, e a Holanda, em São Paulo.

"Todos falam que estão aqui pela aventura. Mas, se não fosse o futebol, ninguém se juntaria para viajar."

E o Brasil, na visão de Arturo, faz toda a diferença. "Os EUA são um país frio, a Argentina é feia e sem graça. O Brasil é diferente." Pelo que vê "em fotos, em vídeos", há um lugar no país que não pode deixar de visitar: Ipanema, no Rio de Janeiro. "Vou fazer uma foto com as meninas lindas de lá e fazer ciúme à minha mulher."


Endereço da página:

Links no texto: