Folha de S. Paulo


Programa de demissão voluntária na USP circulou como resposta para crise

Uma das ideias que já circularam na USP para a superação da crise financeira da instituição é a adoção de um PDV, ou um programa de demissão voluntária. Hoje a universidade gasta mais de 100% de suas receitas com salários e benefícios e vê suas reservas de recursos serem corroídas.

DEUS AJUDA
O reitor, Marco Antonio Zago, admite que a possibilidade foi considerada, "mas não seriamente. Os efeitos financeiros seriam tardios e nós correríamos o risco de perder os melhores servidores". Ele acredita que o tempo pode ajudar. "Há pessoas que se demitem, outros se aposentam e tem também aqueles que Deus aposenta."

DEUS AJUDA 2
Zago diz acreditar que, "em seis meses", a arrecadação de ICMS do Estado de SP crescerá —e com isso o repasse de recursos à USP.

SINAL TROCADO
O ex-presidente Lula falou bem mal de Dilma Rousseff no início do ano. Depois que os dois conversaram, passou a defendê-la. Há alguns dias, voltou a criticá-la outra vez.

OUTDOOR
Além de campanha para a Copa, o governo Dilma fará publicidade nas próximas semanas também sobre os programas Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida. Elas serão regionalizadas, com peças diferentes para Estados do país.

VÁRIAS DIREÇÕES
A banda One Direction vai se movimentar em uma passarela gigante de 50 m, que termina em um segundo palco, onde o quinteto fará boa parte dos shows no Morumbi, em SP, e no Parque dos Atletas, no Rio, em maio. Os garotos também pediram uma sala anexa com mesa de pingue-pongue, pinball, bilhar, máquina de fliperama - e também um game retrô: Space Invaders.

EM FORMA DE DANÇA
Deborah Colker buscou em "Belle de Jour" —livro que deu origem ao filme "A Bela da Tarde", estrelado por Catherine Deneuve— a inspiração para seu novo espetáculo. A coreografia "Belle" estreia no Rio em junho e, em agosto, faz temporada em SP.

EDUARDO NO MEIO DO CAMPO
O banqueiro Roberto Setubal, do Itaú, e Fábio Barbosa, presidente da Abril S.A., formavam uma roda em torno de Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência pelo PSB, no jantar oferecido a ele pelo empresário João Doria Jr., anteontem, em SP. Temas da conversa: Petrobras, combustíveis e tarifas de energia.

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"O senhor está prometendo a eles um tarifaço se for eleito?", questionava a coluna, tocando num ponto em que o governo de Dilma Rousseff é criticado —o de forçar a estatal a segurar reajustes de combustível para deter a inflação. "Eu, não!", dizia Campos. "Eu estou falando é de um 'juizaço'."

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Mais cedo, o socialista discursara para 525 executivos do Lide, grupo liderado por Doria. Enquanto ouviam o presidenciável, eles responderam à pergunta: em quem vão votar para presidente? Aécio Neves (PSDB-MG) disparou, com 52%. Campos teve 28% e Dilma, 18%.

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"Não adianta, o pessoal aqui é tucano", dizia no jantar um dos coordenadores da campanha de Campos.

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À mesa, Marina Silva, pré-candidata a vice-presidente, ouvia elogios a Dilma Rousseff. "Fala a verdade, a presidenta é muito honesta, muito séria, né?", dizia Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza. "É", concordava Marina. "E tem convicções fortes. No governo [de Lula, do qual as duas foram ministras], nós convergimos e divergimos, o que é natural."

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"O problema é que a forma com que uma pessoa é eleita define a maneira que ela governa", seguia Marina, enquanto saboreava lascas de palmito (alérgica, ela evitava a moqueca de siri servida como prato principal). O governo Dilma, por isso, seria "um ajuntamento de partidos" sem base programática. O apoio a ela se daria em troca "de ministérios".

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Luiza interrompe: "O problema é que todo mundo quer um ministério, né?". Para ela, a responsabilidade é do sistema político, que precisaria passar por mudança radical.

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Doria abre os discursos. Elogia a vice. "Você pode gostar ou não dela. Mas hoje eu entendo a alma da Marina, essa sensibilidade, essa alma feminina e a pureza que ela traz para um programa de governo." Alckmin, em busca de aliança com o PSB, dá as boas-vindas "ao novo munícipe" -Campos passou a morar em SP. "Sob a sua proteção", retribui o candidato.

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"O Brasil piorou e nós sabemos disso", diz o socialista em seu discurso. "E não sai dessa situação se não tivermos a capacidade de criar sinergia com a sociedade. A crença da sociedade é fundamental para a implementação de medidas que os senhores sabem que temos que tomar. Hoje o problema no Brasil é sobretudo de confiança."

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"Todo esse discurso, que tem que mudar, todo mundo fala, né, gente, vamos falar a verdade", diz Luiza Trajano ao iniciar a sua pergunta. "O senhor [Campos] é um pragmático total. O que acha dessa contradição que se coloca entre consumo e investimento?" O candidato diz que é uma "falsa contradição" e que as duas coisas têm que andar juntas. Ao finalizar, ele pede: "Que Deus nos ajude nessa caminhada".

CURTO-CIRCUITO

A Galeria Roberta Britto, na Oscar Freire, abre hoje mostra de Marcus Jansen.

O filme "Dominguinhos" será exibido hoje no MIS, às 19h30. Entrada gratuita.

A Bravo! Ballet, em Pinheiros, oferece aulas grátis hoje, celebrando o Dia Internacional da Dança.

A exposição "Calar a Boca Nunca Mais" será aberta hoje na Matilha Cultural, na República.

A conferência internacional Ciência e Fé Podem Andar Juntas? começa amanhã em São Paulo.

com ELIANE TRINDADE, JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e NICOLAS IORY


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