Folha de S. Paulo


O medo é um péssimo conselheiro

Como posso proteger minha família? O que devo fazer com o dinheiro que está no banco? Será que é melhor morar em outro país? O que faço para me sentir mais seguro?

Um engenheiro de 43 anos está com muito medo da crise. "Tenho dois filhos adolescentes e quero que eles tenham uma vida mais tranquila. Estamos pensando seriamente em morar em outro país. Quero que eles tenham uma boa educação, segurança para andar na rua e a certeza que terão um bom emprego após a faculdade. É muito triste não ver qualquer perspectiva para eles aqui no Brasil".

Uma professora de 64 anos disse:"Economizei durante muitos anos uma parte do salário para ter uma poupança para pagar as despesas com alguma doença na velhice. Estou apavorada com a possibilidade de perder meus bens em função da tragédia que está acontecendo no Brasil. Cada um me dá um conselho diferente: comprar um imóvel, investir em dólar, mudar para Portugal ou Miami. Estou paralisada, com medo de fazer uma loucura e perder tudo o que conquistei com tanto sacrifício".

No entanto, como adverte um ator de 56 anos, "o medo é um péssimo conselheiro": "Na primeira eleição do Lula o clima de terror era tão grande que fiquei com medo de perder todo o dinheiro que eu tinha no banco. Juntei tudo e comprei um apartamento para alugar. Com a crise, não consigo alugar e ainda preciso pagar todas as despesas dele. Se tivesse deixado o dinheiro aplicado no banco teria mais dinheiro e menos chateação. É o mesmo clima de pânico que vejo hoje entre meus amigos que estão desempregados e não sabem o que fazer com o pouco dinheiro que restou. Não sei o que é melhor: ficar quieto, não fazer nada e esperar a crise passar,
ou buscar alternativas para proteger minha família, meu trabalho e o que ainda temos".

Quando sentimos muito medo, não conseguimos ter a serenidade, a sabedoria e o equilíbrio necessários para tomar as decisões que podem afetar profundamente toda a nossa vida. Podemos ficar paralisados sem saber o que fazer ou cometer erros que terão um impacto negativo na nossa saúde física e psicológica e também na nossa felicidade a longo prazo.

Você também está com medo? Ou já conseguiu descobrir a saída para sobreviver física e emocionalmente neste momento tão dramático?


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