Folha de S. Paulo


Títulos financeiros em baixa abrem espaço para debêntures

João Wainer/Folhapress
Cédulas de real
Cédulas de real

Gestores de fundos de renda fixa incluíram mais títulos de dívida de empresas nas carteiras em outubro. O ativo representa 3,48% do patrimônio líquido da indústria. Os dados são da Anbima, compilados pelo BTG Pactual.

O crédito corporativo passou a representar 26% da exposição dos fundos, a maior porcentagem desde 2010.

O crescimento da presença de debêntures e notas promissórias ocupou o espaço deixado pelos títulos emitidos pelos bancos, como as letras financeiras, LCI, LCA e CDB, afirma Matheus Chermauth, analista do BTG.

"Ao longo deste ano, gestores com muitos recursos foram pressionados para alocar e não encontraram papéis como o CDB. O crédito corporativo foi uma alternativa."

Para melhorar a exposição e por falta de demanda, os bancos emprestaram menos nos últimos anos. Isso implica uma oferta menor de títulos financeiros, segundo ele.

Títulos de dívida de empresas cresceram por causa de restrições do BNDES e porque foram estruturados projetos de infraestrutura, como os das linhas de transmissão leiloadas na última sexta (15), diz Antônio Corrêa, da XP.

"No curto prazo, a explicação para a alta de crédito corporativo é a falta de emissão dos bancos, mas no médio prazo o mercado de capitais tem protagonismo na sustentação de projetos", diz ele.

Fundos de renda fixa têm cerca de R$ 119 bilhões em debêntures e notas de crédito.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO -

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Expansão popular

O grupo de restaurantes das redes Habib's e Ragazzo vai investir R$ 100 milhões em seu plano de expansão em 2018. Serão abertas pelo menos 75 lojas próprias, e a empresa deverá, ainda, inaugurar 75 franquias.

"Estamos otimistas com 2018. Vemos recuperação do consumo e, além disso, conseguimos negociar com fornecedores uma redução de custos que nos permitiu baixar preços", afirma o diretor-executivo, Mauro Saraiva.

A companhia fez aportes de R$ 60 milhões em novos restaurantes neste ano e abriu um posto de combustível com loja de conveniência e restaurante Habib's na Radial Leste, em São Paulo.

"A ideia é ter ao menos mais quatro nos próximos meses", diz o executivo.

A companhia vai ainda manter a produção de parte das matérias-primas, como o tomate, a despeito da supersafra deste ano.

"Nosso pensamento é de longo prazo e visa garantir também a padronização".

20 mil
é o número de funcionários

580
é o total de lojas da companhia

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Varejo tecnológico

A WDC Networks, que vende cabos de fibra ótica e modems wi-fi a operadoras de banda larga de médio porte, passará a comercializar, no varejo, equipamentos residenciais com conectividade à internet no próximo ano.

A marca investirá R$ 50 milhões em 2018, principalmente na instalação da primeira loja da empresa em São Paulo e na ampliação de sua planta em Ilhéus (BA), usada na montagem de equipamentos.

Nesse montante, também estão previstas a contratação de novos vendedores e a capacitação de instaladores dos equipamentos. A mercadoria a ser vendida na cidade de São Paulo será importada.

"Vamos explorar no local a tecnologia da internet das coisas, com eletrodomésticos com acesso à internet, por exemplo. É um mercado com potencial", diz Vanderlei Rigatieri, sócio da empresa.

A companhia ampliará, ainda, sua rede de distribuidores no interior do país.

"A maioria dos nossos clientes está fora das capitais. Nossa meta é vender 1 milhão de modems em 2018".

RAIO-X

R$ 240 milhões
é a receita prevista para 2017

8.000 km²
é a média de cabos de fibra ótica vendidos pela empresa por mês

170
é o número de funcionários

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Para tapar... A fabricante paulista de cerâmicas Lanzi vai investir R$ 16 milhões no ano que vem na compra de equipamentos para fabricar novos produtos, no aumento de suas exportações e em seus pontos de venda.

...o buraco A empresa comercializa seus itens principalmente na América Latina e deverá aumentar sua presença nos Estados Unidos, afirma o presidente, Luis Antonio Lanzi. Além de recursos próprios, uma parte virá de bancos.

Energia A Eneva vai financiar estudos da PUC-Rio sobre a duração de turbinas de termelétricas. O projeto, com duração prevista de três anos, inclui a compra de equipamentos do Japão e receberá aporte de R$ 2,7 milhões.

Eficiência Companhias brasileiras gastam 18% mais que o necessário, segundo a empresa francesa de auditoria Mazars Cabrera. O principal motivo é a contratação de produtos fragmentada por áreas da empresa ou regiões do país.

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com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS


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