Folha de S. Paulo


Acionista da Oi tenta suspender assembleia

Silvia Zamboni/Folhapress
Oi deve mais de R$ 20 bilhões para Anatel, diz agência reguladora
Chineses querem comprar a Oi

O fundo Société Mondiale, de investimentos do acionista Nelson Tanure na Oi, e a Pharol vão fazer comunicações formais aos credores informando que o Plano de Recuperação Judicial do diretor-presidente da operadora, Eurico Teles, é ilegal.

O foco principal deverá ser em bancos brasileiros, o BNDES, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e o Itaú. O objetivo é convencer esses credores que não votem favoravelmente ao plano nesta terça-feira (19) e peçam um adiamento da Assembleia Geral de Credores.

Em seu contra-ataque ao plano de recuperação da Oi apresentado pelo diretor-presidente, Eurico Teles acionistas da empresa pretendem alegar entre o que considera graves irregularidades, o privilégio dado a um grupo de credores que poderá receber de R$ 400 milhões a R$ 3,6 bilhões para garantir aporte de R$ 4 bilhões, segundo a coluna apurou.

Para pessoas próximas aos acionistas, o plano, além de ilegal, não respeita regras de governança e os estatutos da companhia. Comete crime falimentar por dar tratamento diferenciado a credores de um mesmo grupo, e oferece valor muito alto de comissão para credores garantirem algo que não precisaria ser garantido, diz uma delas.

O Société Mondiale protocolou outra petição na Justiça para indicar o que qualificou de "ilegalidades" no plano de recuperação da operadora e suspender a assembleia de credores.

Com a valorização das ações esperada para ocorrer após o plano de recuperação da Oi, se o preço unitário das ações chegar a R$ 9,99 -o valor limite para que os credores possam receber 10% da comissão em ações da companhia-, a comissão poderá ser de quase R$ 3,6 bilhões.

Na sexta-feira passada, 15, a ação fechou a R$ 3,40.

Pelo plano apresentado pelo diretor-presidente, os bondholders (detentores de dívida) que derem garantia para o aumento de capital de R$ 4 bilhões podem escolher receber 10% da comissão em ações ou 8% do valor do compromisso em dinheiro.

A negociação do acordo com grupos de bondholders organizados nos comitês internacionais AHG e IBC, assessorados por Moelis e G5/Evercore, descontentou credores que ficaram de fora, como a gestora Solus.

Outra queixa é que Eurico Teles submeteu o seu plano à Justiça, sem passar pelo Conselho de Administração, apesar de a Justiça não o ter proibido de fazê-lo. Para o Société, o plano tornará indemissível o diretor-presidente.

*

Doce hermano

A marca de alfajores argentinos Havanna vai duplicar o número de franquias no país em 2018 e deverá bater a marca das 100 lojas.

A filial conta hoje com 52 pontos de venda em 11 Estados. Desses, quatro são próprios e ficam em São Paulo.

A expansão se dará principalmente por meio de quiosques da companhia que tenham também cafeteria. Além dos doces importados, esses postos têm produtos fabricados no Brasil com matéria-prima argentina.

"Antes, não colocávamos cafeteria nos quiosques. O modelo foi lançado neste ano e influenciou a alta de 20% das vendas que tivemos", diz Diego Schiano, diretor da marca.

A companhia fará aporte de R$ 2,5 milhões em suas operações locais. O investimento para abrir uma franquia varia entre R$ 250 mil e R$ 500 mil.

*

Faxina no estoque

Quase três anos depois de comprar a varejista Q!Bazar, a gestora de fundos de capital de risco A5 Capital Partners vai aportar cerca de R$ 35 milhões para expandir a marca.

Especializada na venda com desconto de peças e objetos que integram o estoque de outras redes, a empresa planeja abrir 18 unidades em 2018, sendo cerca de 16 no Estado de São Paulo. São quatro lojas atualmente.

"Nos últimos dois anos, na crise, estudamos o mercado. Não priorizamos crescimento porque seria um esforço em vão", diz Renato Ramalho, sócio da A5.

"O setor de outlet movimenta R$ 20 bilhões por ano no Brasil, existe no on-line, mas é muito pulverizado off-line. É diferente dos Estados Unidos e da Europa, onde há grandes redes."

Uma parte do aporte também será usada para iniciar o e-commerce e permitir a retirada de itens comprados pela internet nas lojas.

R$ 200 milhões
é o valor sob gestão da A5

*

Otimismo... Cerca de 38% dos diretores financeiros brasileiros planejam contratar funcionários próximos 12 meses, segundo a escola de negócios Saint Paul e o Ibef. A pesquisa ouviu cerca de cem executivos no terceiro trimestre.

...financeiro A porcentagem representa um aumento de 19 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. É o maior índice desde que o levantamento começou a ser feito, no início de 2016.

*

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS


Endereço da página:

Links no texto: