Folha de S. Paulo


Títulos da Oi têm valorização com fundos de risco e fracasso de plano

Marcelo Sayão/Efe
Oi demite 2.000 funcionários em processo concentrado em áreas administrativas
Oi demite 2.000 funcionários em processo concentrado em áreas administrativas

Mesmo com os pagamentos interrompidos por causa da recuperação judicial, os bonds da Oi negociados no mercado secundário tiveram uma valorização de 66% nos últimos doze meses.

O interesse é principalmente de fundos especializados em títulos estressados, que os compraram nesse período, afirma um executivo de um banco de investimento.

Há pouca negociação dos bonds da empresa, dizem executivos de corretoras.

A venda secundária de títulos de dívida no geral já não tem muita liquidez, e papéis de uma empresa em recuperação judicial, então, são ainda menos negociados.

A marcação está em 35% do valor de face (quantia original que seria paga até o vencimento trazida a valor presente). Em setembro do ano passado, estava em 22%.

O valor das ações da Oi reve flutuação menor -em janeiro, era R$ 4,44 e, na sexta (28), fechou em R$ 5,10.

A percepção de que os detentores de dívidas terão prioridade na reestruturação contribuiu para o movimento.

O primeiro plano de recuperação, de setembro de 2016, foi visto como muito favorável aos acionistas.

A assembleia de credores estava marcada para o dia 9 de outubro, mas foi postergada em 15 dias. A entrega do novo plano também foi adiada.

Um dos pontos de discórdia refere-se ao tratamento de credores.

Para uma pessoa ligada a um grupo de detentores de títulos, aumentou a chance de conversão em ações.

Oi

*

Privatização filantrópica

A falta de confiança no setor público, após escândalos de corrupção, abre uma janela de oportunidade no Brasil para destinar recursos de privatizações a melhorias na saúde e educação, segundo Lester Salamon, professor da Johns Hopkins.

Transferir parte da verba a fundos patrimoniais independentes é uma maneira de aproveitar o interesse atual das companhias em bens públicos e de reduzir a resistência às privatizações, diz ele.

"O maior obstáculo hoje é o desejo do setor público de usar os recursos para diminuir a dívida pública e ajudar o Brasil a sair da crise", afirma.

"Há maneiras de estruturar as transações para que o governo tome empréstimos da fundação até colocar a casa em ordem, algo similar ao observado na Alemanha, quando a Volkswagen foi vendida [após a Segunda Guerra]."

O pesquisador, que estuda a transferência de recursos privados para entidades do terceiro setor, está no Brasil a convite do Idis (instituto de investimento social) e tem participado de conversas com empresas e entidades.

*

Exportação da mobília

A exportação de móveis no Brasil cresceu 4,4%, em volume, de janeiro a julho deste ano, segundo o Sindmóveis (sindicato da indústria).

O aumento foi impulsionado pelo maior consumo americano, cuja demanda aumentou mais de 25%.

Apesar da melhora, ao se considerar as vendas internas, o setor ainda registra uma queda no acumulado de 2017, afirma Edson Pelicioli, presidente da entidade.

A retração é de aproximadamente 2% nos sete primeiros meses deste ano, diz ele.

"Há uma evolução lenta e consistente. Ainda estamos com um resultado negativo na indústria moveleira como um todo, mas o mês de julho já foi positivo", afirma.

A tendência é que, após três anos consecutivos de queda, os fabricantes de móveis terminem 2017 com um leve crescimento. O Sindmóveis, porém, não tem uma estimativa oficial.

"Nossa projeção é que o setor vai levar de 4 a 5 anos para voltar aos níveis de 2014. E as exportações tem ajudado a acelerar esse processo."

moveis

*

Mesa disputada

O gasto de consumidores em restaurantes e estabelecimentos de alimentação aumentou 10,2% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo a GS&Inteligência.

"Houve uma estabilização nos preços. O crescimento da receita começa a ocorrer de forma saudável, baseado no aumento no tráfego de pessoas", diz Eduardo Yamashita, diretor da consultoria.

O número de clientes chegou a 3,6 bilhões, quase 100 milhões a mais que no primeiro trimestre. No acumulado de 12 meses até junho, porém, ainda há uma queda de 2%.

*

Olho na... A Niplan Engenharia avalia uma internacionalização da empresa, que se iniciaria pela América do Sul, segundo o presidente, Nelson Marchetti. A Colômbia, o Peru e o Chile são os países com maior interesse da companhia.

...vizinhança "Nosso planejamento estratégico ainda está em elaboração, mas estamos olhando locais na região que tenham boa segurança jurídica, respeitem contratos e possuam capacidade de investimentos", diz o executivo.

Contrato... A Aneel, que regula o setor elétrico, deverá ampliar a fiscalização sobre os contratos, principalmente os do mercado livre de energia, diz o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos.

...controlado "Caso a agência suspeite de irregularidade, manipulação ou uso de informação privilegiada, poderá requerer o documento à empresa. Na prática, isso era feito pela CCEE [câmara de comercialização]."

Bolsa As empresas que oferecem bolsa de estudo de idiomas para a maior parte de seus funcionários cresceram 48% deste 2010. Neste ano, elas eram 77% das 1.960 ouvidas pela Great Place to Work.

*

Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


Endereço da página:

Links no texto: