Folha de S. Paulo


Fazenda muda regra para recuperar dívida bilionária de empresas 'zumbis'

Comugnero Silvana/Fotolia
Notas de Real

A PGFN (Procuradoria da Fazenda) mudou o procedimento de cobrança de dívidas de empresas que existem só no papel e que acumulam débitos com o fisco.

São negócios cuja atividade foi transferida para outra pessoa jurídica, e que não são encerrados para evitar que pendências tributárias passem à nova companhia.

"Uma amostra da carteira de devedores aponta que há R$ 300 bilhões nessa situação", diz Cristiano Neuenschwander, procurador-geral- -adjunto de gestão da dívida.

O órgão, que hoje precisa recorrer à Justiça para citar o devedor, vai ter uma fase administrativa de cobrança.

O processo vai correr pela internet. O contribuinte terá acesso à argumentação da PGFN e poderá recorrer.

Se a pessoa reconhecer que a empresa existia para proteger o patrimônio, evitará um aumento de 10% que se dá quando o caso é judicializado.

"O processo de execução na Justiça chegou a um ponto de saturação. Em média, ele dura cerca de oito anos."

A PGFN, diz Neuenschwander, começará a cobrar as dívidas fáceis -o órgão usará seu banco de dados e identificará se o administrador tem bens que podem ser bloqueados para decidir quais processos instaurar primeiro.

Uma vantagem da regra, diz Marcelo Roncaglia, sócio do Pinheiro Neto, é a unificação de processos -antes a dívida de cada imposto era tratada em separado, e, agora, reconhecida a responsabilidade, trata-se do montante todo.

"A lei não é clara sobre como deve ser o tratamento de patrimônio de sócios em caso de dívida tributária."

fisco

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Aguarde na linha

Há quase três anos sem crescimento na receita, a AeC, de call centers, aumentará o ritmo de investimentos no ano que vem.

A empresa gastava cerca de R$ 100 milhões por ano na própria operação até 2014, mas, desde então, reduziu os aportes a 10% disso, afirma Cássio Azevedo, sócio da companhia.

O foco da AeC será a expansão de seus negócios em São Paulo, onde já possuía uma central pequena de call center e abriu recentemente um escritório, diz Azevedo.

"Temos previsão de destinar mais verba à operação paulista, cerca de R$ 45 milhões, para a aquisição de companhias de médio e pequeno porte."

Os principais alvos serão empresas de tecnologia e inteligência artificial.

A AeC tem hoje cerca de 80% dos seus postos de atendimento ocupados, mas não projeta ter novas centrais pelo menos até o fim de 2018, afirma o executivo.

25,7 MIL
são os funcionários da AeC

R$ 800 MILHÕES
é o faturamento da companhia

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Setor de planos odontológicos tem maior alta desde 2012

As operadoras de planos odontológicos deverão terminar este ano com o maior crescimento desde 2012, segundo a FenaSaúde, federação que representa o setor.

O número de beneficiários cresceu 7,6% no acumulado de 12 meses até julho -taxa que tende a subir até dezembro, afirma Solange Mendes, presidente da associação.

"O valor dos planos odontológicos é mais baixo que o de coberturas médico-hospitalares. Isso deu mais resiliência para esse setor."

Ao contrário dos demais planos, o segmento odontológico conseguiu compensar a desaceleração dos planos corporativos com mais vendas para pessoas físicas, afirma Alfieri Casalecchi, diretor-executivo da Amil Dental.

A troca é positiva para as empresas -nos planos individuais, o valor cobrado é até duas vezes maior, diz ele.

A companhia ampliou sua receita em 10% de janeiro a julho, enquanto o total de clientes aumentou 2,5%.

"Outro fator positivo é que a inflação no segmento odontológico é muito menor que no setor médico. O envelhecimento da população não tem um impacto negativo nos custos das operadoras."

planos

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Incorporadora vai oferecer "test-drive" de imóvel no RJ

A Gafisa vai permitir que clientes aluguem um apartamento por um ano para que então decidam se vão adquirir ou não o imóvel.

A estratégia será testada em um prédio no Rio de Janeiro, no bairro de Freguesia.

Em um primeiro momento, será uma ação pontual, que pode servir como piloto para outros projetos, afirma o diretor de vendas, Rodrigo Lucas Tarabori.

"Vamos medir os resultados e, se entendermos que houve uma aderência muito boa por parte do consumidor, podemos expandi-lo", diz ele.

"A Gafisa tem um portfólio grande em São Paulo e no Rio, lugares em que é possível replicar esse teste."

O prédio que receberá a ação está pronto e 80% comercializado, segundo Tarabori.

Os clientes terão a opção de pagar, por um ano, um aluguel em torno de R$ 3 mil pelo apartamento não mobiliado, cujo preço gira em torno de R$ 470 mil e R$ 500 mil.

Caso os interessados decidam pela compra, o valor acumulado funciona como uma poupança e será abatido da entrada.

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Bahia... Empresas que usam portos baianos apresentaram um projeto ao governo federal para criar terminais de cargas com profundidade de 20 metros em Salvador, suficientes para receber navios maiores que os que vêm hoje ao país.

...profunda "Os navios que vão aos outros portos brasileiros são os que passam por Santos. Poderíamos ser um segundo terminal concentrador de carga", diz Paulo Villa, do Usuport da Bahia. O aporte previsto seria de R$ 200 milhões.

Em casa A My Agência, que atende somente o grupo Hypermarcas, virou a segunda maior anunciante do país, atrás da Y&R. Ela investiu mais de R$ 2,3 bilhões em mídia entre janeiro e agosto. Os dados são da Kantar Ibope.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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