Folha de S. Paulo


CGU quer que banco devolva ao INSS benefício a falecido

Os bancos começam a devolver ao INSS valores que haviam sido pagos após a morte de beneficiários.

Mais de R$ 1 bilhão estão pendentes, conforme a análise de 73.556 processos feita em 2016 pelo Ministério da Transparência e a CGU (Controladoria-Geral da União).

Cerca de 12% (R$ 119 milhões) foram devolvidos. As instituições financeiras atendem à determinação da Medida Provisória nº 788, de 24 de julho deste ano, de que os bancos devem bloquear de imediato os valores creditados em favor de falecidos.

O prazo para ressarcir a Previdência Social é de 45 dias após o recebimento do pedido de restituição.

A CGU alega que o INSS tinha dificuldade para recuperar os valores pagos pelas instituições financeiras depois do óbito de beneficiários.

Durante o cruzamento da folha de pagamento (Maciça) com o Sistema de Controle de Óbitos do INSS (Sisobi), feito entre janeiro e agosto do ano passado foram encontrados 101.414 casos irregulares.

São de segurados que receberam seus benefícios em conta corrente, mesmo registrados como falecidos na base de dados. Em média, foram quatro pagamentos mensais em cada caso em que o pagamento não foi suspenso.

O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Bradesco afirmaram que já estão cumprindo o que estabelece a MP 788.

Mortos-vivos

Mais de R$ 1 bi pagos a falecidos voltarão ao INSS

> Com a MP 788, bancos deverão bloquear valores creditados em favor de pessoa falecida
> O ressarcimento precisa ser feito em até 45 dias após o banco receber o requerimento
> Entre jan. e ago. de 2016, foram encontrados 101,4 mil beneficiados tidos como mortos
> Em média, cada benefício irregular resultou em quatro pagamentos mensais
> 1.256 segurados que constam do Sisobi como mortos em 2005 receberam benefícios previdenciários em 2016

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Terreno na área do Porto de Santos será privatizado para conter deficit

A Prefeitura de Santos planeja leiloar dois terrenos —um deles, na zona portuária— para controlar o deficit primário de R$ 137 milhões previsto para este ano.

A expectativa é arrecadar ao menos R$ 140 milhões com a venda dos lotes. Os editais deverão ser publicados nesta semana, e os certames estão previstos para o dia 31 de outubro, na sede da B3.

O primeiro lote está localizado em uma zona comercial no centro da cidade e o segundo, mais relevante, fica no entorno do Porto de Santos, de acordo com Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), prefeito do município.

"É uma área estratégica que está subutilizada. Pela importância do porto e pela escassez de terrenos com essas características acreditamos que haverá participação grande do mercado", diz.

A prefeitura ainda prevê uma segunda rodada de leilões no início de 2018.

"Nos próximos 60 dias, vamos levantar outros ativos. Há terrenos cujas atividades podem ser otimizadas, e o que não for relevante será disponibilizado ao mercado", acrescenta Barbosa.

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Reação latina

Eduardo Knapp/Folhapress
Marcio Malagrino, diretor-geral da Hypred, empresa francesa do setor químico
Marcio Malagrino, diretor-geral da Hypred, empresa francesa do setor químico

A Hypred, multinacional francesa do setor químico, vai investir R$ 28 milhões para ampliar a sua operação brasileira.
A companhia acaba de adquirir uma fábrica no Rio Grande do Sul, e planeja comprar uma planta na região Sudeste —no oeste paulista ou no sul de Minas Gerais, segundo Marcio Malagrino, diretor-geral no Brasil.

"A ideia é nacionalizar toda a produção, que hoje é importada. O grupo vê um mercado potencial de cerca de R$ 1,1 bilhão por ano no país. Ainda estamos muito aquém desse patamar", afirma Malagrino.

O faturamento anual da Hypred na América Latina tem uma participação pequena na receita global da companhia atualmente, mas há planos de expansão para a região.

"A empresa prevê aportes similares na Argentina, no Peru, no Chile e na Colômbia", diz o executivo.

€ 250 MILHÕES
(cerca de R$ 928 milhões) é o faturamento global da Hypred

R$ 57 MILHÕES
é a receita da companhia na América Latina

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Mania de limpeza

Os brasileiros são as pessoas que mais fazem limpeza doméstica, segundo a Kärcher, multinacional alemã do setor que encomendou pesquisa da consultoria inglesa Now Market Institute.

O tempo médio gasto por semana no Brasil com a atividade é de 4 horas e 5 minutos, mais do que as 3 horas e 20 minutos dispensadas nos outros países como França e Estados Unidos.

Cerca de 63% das mulheres brasileiras são as principais responsáveis pela limpeza doméstica, patamar inferior à média de 77% registrada nos outros locais.

Na Polônia, esse índice de participação é maior. Chega a aproximadamente 80% .

A pesquisa foi conduzida com mais de 6.000 pessoas em seis países no mês de junho deste ano.

Além de dados do Brasil, França, Estados Unidos e Polônia, a pesquisa também ouviu entrevistados da Alemanha e da China.

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Moradia popular em alta

Os lançamentos no setor imobiliário cresceram 9,4% de janeiro a julho deste ano, mas o segmento de alto e médio padrão segue desaquecido, segundo a Abrainc (do setor) e a Fipe (fundação de pesquisas econômicas).

O crescimento foi impulsionado por empreendimentos do Minha Casa Minha Vida, que tiveram alta de 20,9% no período, diz Luiz Antônio França, diretor da entidade.

No segmento de médio e alto padrão, os lançamentos caíram 13,7% no acumulado até julho, e as entregas, 55%.

O ponto de virada do setor imobiliário será a publicação de regras que regularizam as devoluções de imóveis e que deem mais contrapartidas às empresas, diz França.

"O mercado já começou a responder à redução da taxa de juros e à melhora no nível de desemprego. O único ponto que ainda dá uma desbalanceada são os distratos, que, em julho, representavam 48,6% de todas as vendas."

Mercado imobiliário -


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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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