Folha de S. Paulo


Governo adotará novos critérios para fundos de pensão de servidores públicos

A Secretaria de Previdência prepara mudanças nas regras dos fundos de pensão de funcionários públicos municipais e estaduais para restringir as possibilidades de terceirização de investimentos.

A ideia é acabar com a exposição dos regimes próprios (fundos dos servidores) a gestoras de recursos que atuam somente nesse nicho, diz Narlon Gutierre Nogueira, subsecretário da pasta (antigo Ministério da Previdência).

"Buscamos impedir a atuação das 'assets' (empresa que gerencia dinheiro de terceiros) que surgiram exclusivamente para ofertar produtos para regimes próprios, com patrimônio sob gestão concentrado nesses fundos."

Há casos identificados pela secretaria de gestoras que investiram em papéis ilíquidos de empresas que entraram em recuperação judicial, afirma Nogueira, que não precisou a frequência com que isso foi encontrado.

O órgão realiza cerca de 400 auditorias por ano.

NÚMEROS DO SETOR - Fundos de pensão dos servidores municipais e estaduais, em milhões de pessoas*

A mudança na regra tiraria do mercado aproximadamente 600 "assets", afirma Celso Sterenber, diretor-executivo da Acinprev (associação de consultorias que atuam apenas com fundos de pensão do regime próprio).

A entidade é contrária às alterações propostas pela Secretaria de Previdência.

"Só instituições financeiras do tamanho de bancos vão poder receber recursos dessa origem para aplicar em fundos imobiliários, ou de participações em sociedades e de antecipação de créditos de empresas", diz ele.

NÚMEROS DO SETOR - Fundos de pensão dos servidores municipais e estaduais, em R$ bilhões*

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Parquinho industrial

As indústrias de pequeno porte do Estado de São Paulo dão os primeiros sinais de retomada de faturamento, segundo o Simpi (sindicato patronal do setor) e o Sebrae-SP (serviço de apoio às empresas desse segmento).

"As demissões equivalem às contratações em agosto. É a primeira vez que um dado aponta estabilização desde novembro de 2014", diz Joseph Couri, presidente do Simpi.

O risco de fechar as portas caiu de 65% em julho para 57% em agosto, indica a pesquisa da entidade.

O faturamento real teve uma alta de 2,5% em maio, aponta o Sebrae-SP —é o número mais recente da instituição. É o primeiro dado positivo depois de 25 quedas.

"Os indicadores macroeconômicos positivos, como queda da inflação e juros mais baixos, aceleram o consumo, que beneficiam a indústria", afirma Ivan Hussni, diretor-técnico da entidade.

CABEÇA FORA DA ÁGUA - Variação do faturamento de pequenas indústrias, em relação ao mesmo mês de 2016, em %

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Cheiro de carro novo

As locadoras de veículos emplacaram 185,3 mil automóveis e utilitários até agosto deste ano, o equivalente a 85% de todas as compras feitas em 2016, segundo a Abla (associação do setor).

"Os nossos ciclos são curtos: o prazo entre o pedido e ter o carro na loja é de 60 dias. Se a demanda se mostra forte, compramos mais automóveis", afirma Carlos Sarquis, presidente da Unidas.

A Localiza aumentou em 15,7 mil veículos a sua frota no segundo trimestre. Preços menores no setor levaram a uma maior procura por parte das pessoas físicas, diz o diretor de finanças, Roberto Mendes.

O setor ainda é incipiente no Brasil, e há uma tendência de redução do uso de carros próprios, o que tem colaborado com os negócios, segundo Renato Franklin, diretor-executivo da Movida.

"É um mercado ainda muito fragmentado, com muito potencial para um crescimento sustentável", diz ele.

EMPLACAMENTO DE VEÍCULOS - Compra de automóveis e utilitários por locadoras de veículos, em unidades

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Contratação de altos executivos cresce menos que a de gerentes

A contratação de executivos de alto e médio escalão subiu 20% nos últimos cinco meses, em relação ao mesmo período de 2016, segundo a Page Group, de recrutamento.

A maior parte das novas vagas, porém, são de média gerência, afirma o diretor-executivo, Roberto Picino.

"Entre executivos de topo da hierarquia, o aumento não é forte, mas vagas de diretores financeiros e de inovação deverão ser abertas. Empresas familiares estão em busca desses profissionais."

O aquecimento das contratações no alto escalão ainda não se concretizou, mas as empresas têm feito mais mapeamentos de candidatos, afirma Rodrigo Forte, sócio da consultoria Exec.

"É um segmento em que a busca por profissionais é mais ativa, e esse pré-processo seletivo tem crescido. Fizemos 46 prospecções na primeira metade deste ano, número maior que em todo 2016, em que realizamos 30 buscas."

Os setores de educação, saúde e agronegócio são os que mais tiveram aberturas neste ano, segundo as empresas.

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Exterior O Irã instalará em novembro um comitê no Brasil para facilitar consultas sobre o setor agrícola. A previsão foi confirmada durante visita do secretário-executivo do Ministério da Agricultura ao país.

Digital Cerca de 68% das companhias na América Latina planeja migrar sua operação para a nuvem em até dois anos, segundo a multinacional de tecnologia Unisys, que ouviu 400 executivos.

Franquias A Ronaldo Academy, rede de escolas de futebol do ex-jogador com Carlos Wizard Martins, vai abrir duas unidades nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2018.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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