Folha de S. Paulo


Efeito de furacão nos Estados Unidos favorece Petrobras

Gabe Hernandez/Associated Press
A mobile park is destroyed after Hurricane Harvey landed in the Coast Bend area on Saturday, Aug. 26, 2017, in Port Aransas, Texas. The National Hurricane Center has downgraded Harvey from a Category 1 hurricane to a tropical storm. Harvey came ashore Friday along the Texas Gulf Coast as a Category 4 storm with 130 mph winds, the most powerful hurricane to hit the U.S. in more than a decade. (Gabe Hernandez/Corpus Christi Caller-Times via AP) ORG XMIT: TXCOR107
Parque no Texas destruído após a passagem do furacão Harvey

A Petrobras pode ser beneficiada pelos efeitos do furacão Harvey no Texas. A empresa estatal brasileira, que mudou sua política de preços neste ano, pode ganhar receita, afirmam analistas.

Na região de Houston, a cidade do Texas mais atingida pelo furacão há uma concentração de refinarias cujas operações foram interrompidas.

Estima-se que a capacidade dos EUA de processamento de petróleo em combustíveis e outros produtos tenha caído em 3 milhões de barris por dia —o equivalente ao consumo brasileiro inteiro.
Esse foi o número publicado pelo "Wall Street Journal".

O litro de gasolina e diesel aqui já teve aumentos, pois acompanham os valores do mercado internacional desde junho, quando a Petrobras mudou sua política de preços.

"A estatal reajustou para cima, e isso faz a receita dela crescer. Ela não deve perder mercado, pois, se alguma distribuidora de combustível for importar, vai pagar mais caro", diz Adriano Pires, da sócio da consultoria Cbie.

Há um incentivo para empresas brasileiras maximizarem o uso de suas refinarias, porque essa operação ficou mais lucrativa, afirma Edmar Almeida, da UFRJ.

"Com parte do parque americano fechado, caiu a demanda global por petróleo bruto, mas o preço dos derivados subiu", diz ele.

O efeito deve ser temporário. Um executivo de uma empresa de refino estima que parte da operação voltará ao normal em duas semanas.

O tempo pode ser maior, segundo ele, porque não só as refinarias foram atingidas, mas a infraestrutura para transporte também.

BALANÇA DO ÓLEO - Variação de trocas de petróleo e derivados, em US$ bilhões*

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Motos na estrada

A Loggi, empresa que trabalha com entregadores autônomos, começará a atuar em cinco novas capitais em 2018, afirma o diretor-executivo, Fabien Mendez.

Hoje, a companhia opera em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Nessas duas últimas, ela ainda não atua com serviços para o varejo eletrônico, apenas para restaurantes e transporte de documentos.

"O plano é, até o primeiro semestre do ano que vem, ampliar a entrega de produtos no dia seguinte à compra, como já fazemos em São Paulo."

O investimento estimado para 2018 é de R$ 23 milhões. O valor será destinado a tecnologia e centros logísticos nas novas praças.

Os recursos serão próprios, segundo Mendez, porque a empresa recebeu aportes de fundos nos últimos anos.

R$ 200 milhões
é o faturamento da Loggi

5.000
são os entregadores autônomos que trabalham para a empresa

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Repasses na UTI

A receita dos hospitais privados voltou a cair no primeiro semestre deste ano, e deverá fechar 2017 com retração de 2%, segundo Francisco Balestrin, presidente da Anahp (associação do setor).

Os principais motivos são a menor ocupação dos leitos e a alta dos questionamentos das operadoras de planos de saúde, que têm deixado de fazer pagamentos aos hospitais, sob alegação de que não eram previstos na cobertura.

As contestações pelas operadoras representavam 3% da receita líquida em 2016, taxa que subiu para 4% neste ano.

"Apesar da porcentagem baixa, em um segmento com receita anual de R$ 28 bilhões, dos quais 94% vêm da saúde suplementar, o impacto financeiro é grande."

Os repasses atrasados estão em negociação com as operadoras, e não deverão ser judicializados, afirma Balestrin.

"Os hospitais passaram a se certificar melhor da cobertura dos pacientes antes de interná-los, para evitar mais disputas futuras."

PRESSÃO ALTA - Receita de hospitais privados

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Comissão sobre o clique

O número de diárias comercializadas por agências de viagem on-line deverá aumentar quase 35% neste ano, na comparação com 2016, segundo o Fohb (entidade de redes hoteleiras).

No ano passado, esse canal cresceu 18%.

"A tendência é que haja uma migração para as plataformas eletrônicas em detrimento dos sites dos hotéis", afirma Orlando de Souza, diretor-executivo do Fohb.

No primeiro semestre deste ano, os sites de reservas representaram 17% das diárias vendidas, de acordo com levantamento da entidade que analisou 576 empreendimentos de grandes redes. A fatia dos sites próprios foi de 19%.

Há cinco anos, essas porcentagens eram de respectivamente 8% e 25%, diz Souza.

"Esse movimento é negativo porque, quando a reserva é feita no site do próprio hotel, não há pagamento de comissão. Nas agências virtuais, a taxa varia de 12% a 27%."

Origem das diárias - Canal utilizado por clientes de redes hoteleiras para fazer a reserva*, em %

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Menos pior O Brasil subiu para a 72º posição no ranking global de infraestrutura do Fórum Econômico Mundial. Há um ano, o país estava no 74º lugar, de 138 países avaliados. O resultado por Estado será divulgado no próximo dia 20.

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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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