Folha de S. Paulo


Faturamento das vendas de livros cresce pela primeira vez desde 2015

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Livros estante estudos

O mercado livreiro teve alta de faturamento em termos reais no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo o Snel (sindicato dos editores), que compila os dados em parceria com a Nielsen.

As vendas foram 6,81% maiores em 2017, e o IPCA nos últimos 12 meses foi de 3%. É a primeira vez desde que a entidade começou a divulgar o desempenho do segmento, em 2015, que há crescimento em termos reais.

O resultado não é igual ao de anos anteriores à crise, segundo Marcos da Veiga Pereira, presidente da Snel, mas a melhora aconteceu durante a recessão, e ele diz esperar que uma retomada dê mais impulso ao setor.

OUTRAS PALAVRAS - Mercado editorial no primeiro semestre

Ao comparar o momento atual de mercado com o anterior à recessão, houve uma concentração em um número menor de títulos. "Os livros mais vendidos ganharam importância maior no total."

Um segmento teve até mesmo impulso por conta da situação econômica: o de autoajuda, afirma Sonia Jardim. presidente do grupo Record,

"Esses leitores precisam se recolocar, melhorar sua situação ou se sentir mais preparados. São compras viáveis, mais baratas que cursos."

Livros de ficção foram os que mais perderam fatia de mercado, mas, para os próximos meses, as editoras apostam em lançamentos de autores que costumam ir bem.

Os preços de capa ficaram 1,46% mais caros, portanto, abaixo do índice geral.

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Efeito colateral no varejo

O uso de descontos pelas varejistas brasileiras costuma ter um efeito negativo a longo prazo, segundo a consultoria Kantar.

Durante uma promoção, há uma alta de até 32%, por exemplo, nas vendas de iogurte (uma categoria de produto considerada madura pelo mercado, cujo consumo não sofre grandes oscilações), segundo a consultoria.

Quando o período promocional se encerra, no entanto, o volume comercializado retrai para 80% do patamar inicial, afirma Tiago Oliveira, da Kantar Worldpanel.

"Se [o desconto] for aplicado a uma categoria de frequência semanal ou quinzenal, as pessoas basicamente só antecipam as compras. Elas não aumentam o [nível de] consumo", afirma.

"O grande objetivo das promoções no Brasil tem sido trazer resultados a curto prazo. No exterior, há muitos casos em que essa ação ajuda a construir lealdade à loja ou à marca, mas por aqui há apenas um impacto pontual."

PARA ESVAZIAR A GÔNDOLA - TIPOS DE PROMOÇÃO MAIS USADOS PELO VAREJO BRASILEIRO

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Reforço escolar

A UniBB, universidade corporativa do Banco do Brasil, investirá R$ 121,7 milhões até o fim do ano, segundo o diretor de gestão de pessoas a instituição, José Caetano Minchillo.

O montante é quase 25% maior que o aportado no ano passado.

"Há uma preocupação com a questão da liderança. Em 2016, 9.400 pessoas saíram da empresa em dezembro no programa de aposentadoria [incentivada]. Isso exigiu um reforço."

Cerca de R$ 55 milhões do orçamento irão para treinamentos. Outros R$ 34 milhões serão gastos com bolsas de estudo para funcionários do banco.

Até o momento, R$ 42 milhões já foram investidos, diz Minchillo.

"É natural que a maior parte [do aporte] fique no segundo semestre, porque as contratações [para companhias mistas] são um pouco mais demoradas."

100 MIL
é o número de funcionários ativos do Banco do Brasil

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Cidades... Os impostos municipais, como IPTU e iluminação, são os mais lembrados pelos brasileiros: 66% deles reconhecem que pagam os tributos, aponta a Fecomércio-RJ. Os estaduais foram mencionados por 37%.

...em primeiro A porcentagem de brasileiros com consciência de que paga impostos foi de 45%, em 2007, para 79%, neste ano. A taxa sobe quando o entrevistado é estimulado a dizer se paga tributos indiretos, geralmente esquecidos.

Águas quentes O hotel Rio Quente Resorts planeja investir R$ 23 milhões para inaugurar, até 2021, duas novas atrações em seu parque aquático em Goiás.

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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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