Folha de S. Paulo


Investidores em cassinos ainda se movimentam por legalização

Os setores de jogos de azar e hoteleiro continuam a se movimentar de olho na possibilidade de legalização do jogo —ainda que tudo tenha se paralisado após o recrudescimento da crise política.

Não é cedo para prospectar negócios quando se acredita que a regulação será aprovada em alguns anos, de acordo com Rob Heller, diretor-executivo da consultoria americana Spectrum Gaming, especializada nesse segmento.

"Para investir, construir ou operar um cassino é preciso saber quem são os sócios adequados, qual a melhor localização e a estrutura."

O mercado anual do Brasil para jogos é de cerca de US$ 20 bilhões (R$ 66 bilhões), estima Heller.

HOJE SOU CARTA MARCADA, HOJE SOU JOGO DE AZAR - PIB e gasto por pessoa no setor de jogos de azar

Os investimentos nesse setor são gigantescos, diz Fabio Kujawski, sócio do escritório Mattos Filho.

A divulgação da conversa entre o presidente Michel Temer e Joesley Bastita fez o ceticismo quanto a liberação dos jogos aumentar.

"São cifras bilionárias e há interesse pelo mercado brasileiro. A dúvida, hoje, é se existe coordenação política para aprovar um dos projetos em tempo hábil", afirma.

Há dois projetos de lei, um na Câmara dos Deputados e outro no Senado, que pretendem legalizar os jogos.

"O mercado se movimenta: há eventos, os investidores se encontram, e isso pressiona pelo seguimento dessas modificações na lei", diz Luigi Rotunno, presidente da ABR (associações de resorts).

O jogo seria um atrativo especial para os turistas estrangeiros, que hoje são poucos no Brasil, afirma ele.

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Médicos líderes

O UnitedHealth Group Brasil, dono da Amil, investiu cerca de R$ 32 milhões em um centro de treinamento em cirurgia robótica que será inaugurado no próximo dia 30, na Barra da Tijuca, (Rio).

O centro Edson Bueno (nome do fundador da Amil, falecido em fevereiro), abrigará a unidade do Ircad Rio, entidade francesa referência em aprimoramento da formação médica, e poderá treinar 2 mil profissionais por ano.

Além disso, terá 38 cursos, nas áreas de cirurgias geral, bariátrica, colorretal e ginecológica; procedimentos de cabeça e pescoço; ortopedia, radiologia e neurorradiologia intervencionista.

"Também faremos a formação de lideranças, pois há médicos técnicos e médicos líderes", diz Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group Brasil.

O ano de 2016 foi mais difícil para o grupo, afirma.

"Neste ano, deveremos ter um melhor resultado pelo aperfeiçoamento da gestão", diz sem dar números.

"Mas, melhora no número de vidas só no ano que vem, com a retomada maior da economia."

US$ 1,9 BILHÃO
(R$ 6,35 bilhões) foi a receita do UnitedHealthcare Global, que inclui o Brasil, no 1º tri

21
são os hospitais da Americas Serviços Médicos, braço de instituições de saúde no país

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Empresa de análise de mercado ganha novo aporte

A Neoway, uma fornecedora de análises de dados sobre empresas e mercados, recebeu uma segunda rodada de investimentos que podem chegar a R$ 145 milhões, que vão ser atrelados a compras de negócios no futuro.

De imediato, foram aportados R$ 45 milhões. Quando a companhia for adquirir outros negócios, os R$ 100 milhões restantes serão liberados, diz o vice-presidente Carlos Eduardo Monguilhott.

"O foco de expansão é o Brasil e os Estados Unidos. Estamos conversando com as empresas, mas não vamos colocar ninguém para dentro [do negócio] só para trazer o faturamento; a ideia é aumentar a oferta de produtos."

Há planos para usar os recursos para atuar em países da América Latina.

O aporte vem de três fundos estrangeiros, aliados a um investidor que colocou dinheiro como pessoa física.

Outros três grupos, que já eram investidores desde 2014, aumentaram o capital no negócio na nova rodada.

A empresa não divulga qual participação na sociedade foi transferida em troca dos investimentos.

Além do dinheiro, a Neoway também recebe dois novos executivos no conselho de administração.

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Diagnóstico negativo

A saúde dos brasileiros é considerada precária por 41% dos profissionais da área no país, segundo a Philips, de equipamentos médicos.

Esse é o pior nível observado nas 19 nações analisadas pela empresa. Cerca de 29,4 mil pacientes e 3.900 profissionais foram entrevistados.

Na média global, a saúde da população foi definida como ruim por 6% dos médicos e enfermeiros.

Uma questão de perspectiva - Avaliação de profissionais e da própria população sobre a saúde de brasileiros, em %

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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