Folha de S. Paulo


Precificação no Brasil é simplista, segundo consultoria

As maioria (54%) das empresas brasileiras usa uma estratégia de precificação que não leva em consideração fatores da demanda na hora de formular suas políticas, segundo um estudo da Deloitte.

"Elas fazem análise da porta para dentro, e não o que o cliente pode pagar. A prática é fixar um valor que cubra custos e colocar uma margem", diz Marco Cesar Chaves, diretor da Deloitte.

O ideal seria pesquisar o mercado com os consumidores em potencial e simular a demanda, além de procurar saber quais são os valores da concorrência, afirma.

Há mais sofisticação em alguns setores específicos da economia, segundo a consultoria, como o de bens de consumo perecíveis, cujos produtos têm vida curta nas prateleiras do varejo.

Uma consequência da técnica de precificar com uma margem fixa de lucro é que a companhia pode não ser competitiva em custos de produção, diz Cesar Caselani, professor de de finanças da Fundação Getulio Vargas.

"É errado usar o modelo se o preço final é alto na comparação com a concorrência."

Durante os anos de inflação, as altas eram incessantes, e consumidores não conseguiam comparar preços –por isso, o setor de precificação foi negligenciado dentro das empresas. afirma Silvio Laban, do Insper.

"Valores de uma mesma empresa variam muito por uma estratégia chamada de 'high and low' (alto e baixo), que consiste em muitas promoções e ofertas", afirma.

Editoria de Arte/Folhapress
NÚMEROS NAS ETIQUETASO que as empresas levam em conta ao decidir preços

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Músculo próprio

O Habib's passa pela sua maior expansão em número de lojas. A meta do grupo é que em 2017 sejam inaugurados 200 novos pontos.

O investimento para esse crescimento é da ordem de R$ 60 milhões, afirma Mauro Saraiva, diretor-executivo da rede de restaurantes.

A origem do dinheiro é da própria operação da empresa, segundo o executivo.

"Expansão é um pilar para o nosso negócio, pois o segmento é competitivo. Nós nunca desaceleramos as inaugurações, independente dos resultados não serem favoráveis", afirma.

Dois fatores impulsionam o aumento de unidades: valores de aluguéis baratos e novos tipos de lojas, com menos espaço de salão. Esses pontos exigem aportes menores que os tradicionais.

Os novos restaurantes são da bandeira Ragazzo, de comida italiana. A praça que terá mais aberturas é o Rio.

Outra novidade é uma modernização do parque logístico. O plano é levar aos centros de gestão uma parte cada vez maior dos processos de cozinha e livrar os restaurantes de algumas tarefas.

O grupo mantém acordos com produtores agrícolas para compra de legumes, mesmo que os preços de alimentos tenham caído.

"Se nós pagássemos R$ 3 pelo quilo do tomate, não conseguiria vender uma esfirra por R$ 0,99", diz Saraiva.

22 mil
São os funcionários contratados pela rede de restaurantes

10%
É a meta de novas de loja

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Vendas de imóveis têm alta em abril, mas desempenho em 2017 é negativo

A comercialização de imóveis novos na cidade de São Paulo subiu 2,5% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2016, segundo o Secovi-SP (sindicato do setor).

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, porém, houve queda de 4,3%. O resultado é o pior desde 2004.

As empresas imobiliárias ainda consideram que haverá crescimento real em 2017, segundo Celso Petrucci, economista-chefe da entidade.

"Pelo nosso acompanhamento, temos certeza que, com os resultados de maio, já vamos ultrapassar [o ano anterior no total de vendas]."

A projeção de crescimento da entidade para este ano é de 5% a 10%, tanto em vendas como em lançamentos.

De janeiro a abril, 2.745 imóveis novos foram colocados à venda, uma alta de 6% em relação ao ano anterior.

No primeiro quadrimestre, o segmento que mais se destacou foram as unidades com três dormitórios, que corresponderam a quase 40% de todos os lançamentos.

"No ano passado, essa categoria ficou abaixo de 10% das vendas. Enquanto isso, os imóveis de um dormitório, que representavam 22%, caíram para 7%", diz Petrucci.

RECORDE NEGATIVO - Imóveis novos vendidos na cidade de São Paulo de janeiro a abril

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Saúde abalada

A importação de dispositivos médicos caiu 13,7% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, e alcançou cerca de R$ 5,58 bilhões, segundo a Abiis (entidade que representa o setor).

No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a retração é de 7,1%.

A queda foi motivada pela menor demanda do setor público e pelo endividamento dos Estados. A perspectiva, porém, é positiva, avalia o presidente-executivo, Carlos Eduardo Gouvêa.

"No primeiro trimestre, a queda acumulada era de 21,2%. Há uma desaceleração na piora", diz ele.

DISPOSITIVOS MÉDICOS - Importações de janeiro a maio, em US$ bilhões

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Clima A Fundação BNP Paribas prevê investir € 6 milhões (R$ 22 milhões) até 2019 em projetos sobre mudanças climáticas. Um dos escolhidos será feito por pesquisadores da USP, Unicamp, UFMG e Unesp.

Hermanos Os itens brasileiros mais comprados em Buenos Aires são: comida (56%), roupas (42%) e sapatos (38%), aponta a consultoria Quorum, que ouviu 1.000 argentinos.

Casa... Os condomínios prediais respondem por 10% dos estabelecimentos de serviços no Estado do Rio de Janeiro. Na capital, a taxa sobe para 13%, segundo pesquisa da Fecomercio-RJ.

...e igreja Em seguida, vêm as organizações religiosas (5,5%), as lanchonetes e casas de suco (4,2%) e os restaurantes (3,8%). O Estado tem 307,7 mil estabelecimentos no total.

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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI


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