Folha de S. Paulo


Nova lei do ISS mantém concentração de recursos, dizem empresas

Com a mudança no recolhimento do ISS (Imposto Sobre Serviços), a distribuição de receita entre municípios será limitada: só São Paulo deverá concentrar 40% da arrecadação nacional, calculam entidades do setor financeiro.

Doze cidades deverão receber 75% dos recursos, afirma José Ricardo Alves, presidente-executivo da CNF, confederação que reúne nove associações ligadas a finanças.

"Os demais 25% vão ser divididos entre mais de 5.000 municípios menores", diz.

No segmento de cartões, calcula-se que as 20 cidades com mais operações respondam por 60% das transações.

"Aprovou-se a regra com a promessa de resolver a falta de recursos das prefeituras, o que não vai ocorrer", diz Ricardo Vieira, diretor-executivo da Abecs, que representa as empresas de cartões.

Os impostos vão permanecer concentrados, mas o montante total vai crescer: hoje, algumas cidades oferecem taxas menores para atrair empresas, afirma Paulo Ziulkoski, presidente da CNM (confederação dos municípios).

Como a nova regra define que a cobrança será feita no local da prestação do serviço, e não na sede da empresa, não haverá atrativo para baixar o imposto, e todas cidades deverão passar a cobrar o máximo, que é de 5%.

A tributação deverá "mais que dobrar", afirma Vieira.

A CNM não fez um cálculo do impacto financeiro para as cidades, mas defende que mesmo um valor baixo tem relevância no orçamento de uma cidade pequena.

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Capital dos serviços
O faturamento das empresas de serviços em São Paulo cresceu 2,7% no primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com 2016, já descontado o efeito da inflação.

Após uma retração de 3,4% no ano passado, a receita do setor tem subido mês a mês, desde janeiro, segundo Kelly Carvalho, economista da FecomercioSP, que levantou os dados junto à Secretaria da Fazenda da capital.

"O desempenho nos próximos meses, porém, pode ser afetado pela crise política, que reduziu a confiança."

A mudança na regra de cobrança do ISS poderá provocar uma pequena redução na arrecadação da capital, mas o impacto não deverá ser significativo, avalia a entidade.

"São Paulo reúne grande parte das sedes, mas também dos serviços. Não esperamos uma alteração significativa."

SIRVA-SE - Faturamento real do setor de serviços na capital paulista

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Carona elétrica

O grupo LDS, de locação de carros, deverá implantar um sistema de compartilhamento de veículos elétricos na cidade de São Paulo.

A rede, que será lançada em julho, vai operar via aplicativo: uma vez avaliado e cadastrado pela empresa, o cliente busca o veículo mais próximo em um mapa e é cobrado por tempo dirigido.

Até o fim deste ano, o grupo planeja investir R$ 25 milhões do sistema –outros R$ 80 milhões estão previstos para 2018, afirma o presidente, Leonardo Domingos.

"Os recursos virão de caixa próprio e de um fundo, que deverá comprar 30%, da operação em breve", diz.

Como a recarga de carros elétricos ainda não foi regulada, os pontos de abastecimento serão instalados com parceiros privados, em postos de gasolina e shoppings.

Por enquanto, 20 dos 60 carros já adquiridos são elétricos. Até novembro, a frota deverá crescer para cem.

500
carros deverá ter a frota do sistema até 2018

R$ 28 milhões
faturou a empresa com locação de veículos em 2016

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Investimento em fintechs pelo mundo cai no 1° trimestre

O investimento global em fintechs diminuiu 24% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao último do ano anterior –de R$ 13,8 bilhões para R$ 10,5 bilhões.

O dado é da KPMG, que diz que, nesse ano, houve "muito pouco investimento" em empresas de tecnologia que oferecem serviços e produtos financeiros no Brasil.

"A base no país é pequena, então o cenário é volátil", afirma Oliver Cunningham, sócio da auditoria no país.

Para ele, a queda não significa que há um "vale da desilusão", embora possa sinalizar o fim de uma euforia inicial com bitcoins, por exemplo.

De 2016 para 2017, a avaliação de fintechs consideradas maduras caiu de R$496 milhões para R$ 134 milhões.

"É um mercado com poucos jogadores, em que uma única operação tem peso grande", diz Sergio Furio, fundador da brasileira Creditas.

CRÉDITO DIGITAL - Investimento global em fintechs, em US$ bilhões

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Verde... Sete projetos de pesquisa receberão R$ 177 milhões do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Embrapii (associação de inovação).

...em evidência Desses, há três que se propõe a estudar tecnologias sustentáveis, como biocontroladores de pragas agrícolas na lavoura.

Honorários A maioria (69%) dos escritórios de advocacia recebem pagamentos via depósito bancário; 20%, por boleto e 11%, outras formas. Os dados são da ProJuris.

Diretoria O Itaú foi eleito representante latino no comitê dos Princípios do Equador, grupo de financiadores de projetos com ganhos ambientais.

Fundos O DGF Investimentos liderou um aporte de R$ 5 milhões na Intellibrand, empresa que captura dados do comércio eletrônico.

Sem bufê O Divino Fogão abrirá, neste ano, oito restaurantes de sua nova marca, cujas lojas serão menores e não ficarão em shoppings. Hoje, são 190 operações.

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI


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