Folha de S. Paulo


Crescem diligências para aquisição de empresas, segundo consultorias

As diligências feitas por consultorias —etapa anterior a uma aquisição, em que é feita uma auditoria técnica e contábil dos ativos— cresceram, segundo quatro das maiores empresas do setor.
Elas representam um termômetro do que está para acontecer no mercado de fusões e aquisições.

"Nos últimos três meses houve alta em relação ao ano passado e também ao começo de 2017", diz Viktor Andrade, líder da área da EY. Os setores onde a demanda aumentou foram saúde, agronegócios, educação e infraestrutura, afirma.

Na indústria, há diligências também, diz Paulo Funchal, da Grant Thornton.

"Há sondagens para a execução de obras de infraestrutura, como rodovias, e também na área de energia renovável e na cadeia do setor."

Os investidores estratégicos (empresas que querem ampliar sua fatia de mercado) são os que buscam mais as consultorias, diz Ronaldo Xavier, sócio da Deloitte.

"Aumentamos nossos projetos com esses clientes. Os ativos aqui estão baratos e o Brasil é um país com grande potencial de consumo."

Uma pesquisa da PwC indica que as transações que se concretizam são cerca de metade das "due dilligences" feitas para investigar a situação das empresas a serem adquiridas, diz Alessandro Ribeiro, sócio da consultoria.

O que pode interferir nessa tendência é a instabilidade política. "Se forem aprovadas as reformas, haverá uma grande aceleração. Se a incerteza se prolongar, a atividade vai cair."

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Vem de... Apesar de alguns terem relacionado a nova MP -que dá mais poder de punição a BC e CVM- a possíveis delações envolvendo executivos financeiros, a iniciativa já havia sido anunciada em dezembro.

...2012 Uma nova lei para "ação punitiva" era um dos planos do BC+, então apresentados pelo presidente Ilan Goldfajn. E antiga recomendação do G20 de que supervisores tenham mais controle sobre irregularidades.

Limite mínimo O valor máximo de multas às instituições financeiras que foi de R$ 250 mil para R$ 2 bilhões havia sido fixado há cerca de cinco décadas.

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Dores do crescimento

A Cimed, empresa do ramo farmacêutico, vai investir R$ 100 milhões para ampliar a capacidade de produção de sua fábrica em Pouso Alegre (MG).

O aporte é necessário para que ela possa ampliar a quantidade de remédios que já estão no seu portfólio e também para iniciar novas linhas de produtos, diz João Adibe Marques, presidente da empresa.

"Nós abrimos um terceiro turno, que não tínhamos no ano passado. Isso suporta o crescimento da produção em 2017, mas, para o ano que vem, precisaremos de uma fábrica com mais capacidade."

A empresa atua no setor de genéricos, equivalentes e produtos que não precisam de prescrição médica.

Durante a crise, eles apertaram a margem de lucro e buscaram ampliar seu mercado, diz Marques.

A maior parte (70%) do dinheiro para o investimento é própria, e o resto, proveniente de empréstimos.

3.200
São os funcionários da empresa

270 milhões
Unidades de remédios são produzidas por ela ao ano

ao agronegócio e, portanto, pode compor o lastro de uma emissão.

"CRAs que não têm lastro de um único devedor serão uma possibilidade real para [empresas] menores, pois não há uma captação única", diz Helen Naves, sócia do escritório Trench Rossi Watanabe.

A norma deverá aumentar o número de interessados, mas alguns pontos poderão ter impacto negativo, diz Alexei Bonami, do TozziniFreire.

Ele cita o dever da securitizadora de cobrir inadimplência, mesmo sem recursos suficientes em patrimônio separado. "Isso pode desestimular as prestadoras de serviços."

DINHEIRO DO CAMPO - Volume emitido de CRAs, em R$ bilhões

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Tarifas

O livre comércio entre o Mercosul e o Efta (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) pode representar oportunidades para 266 produtos industriais no mercado suíço e 244 no norueguês, segundo a CNI.

Delegações dos dois blocos se encontrarão em Buenos Aires nesta semana para discutir derrubada de tarifas, aumento de cotas de importação e questões regulatórias.

As categorias prioritárias são as importadas por europeus que podem ser fornecidas pelo Brasil, diz Fabrizio Panzini, da CNI.

"As maiores oportunidades são do agronegócio, que tem tarifas de importação mais altas, mas o setor industrial seria amplamente beneficiado."

De olho na Europa - Principais produtos exportados pelo Brasil para o Efta em 2016, em US$ milhões

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Alta... A Brametal, de estruturas metálicas, investirá R$ 33 milhões em uma nova planta, que será inaugurada até o fim deste ano.

...tensão Localizada em Linhares (ES), a unidade fabricará postes para linhas de transmissão e estruturas para placas fotovoltaicas.

Aluguel O número de ações por falta de pagamento de aluguel na capital paulista subiu 33,7% de abril para maio, segundo o Secovi-SP.

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