Folha de S. Paulo


Turistas de EUA, Canadá, Austrália e Japão terão visto eletrônico do Brasil

Lalo de Almeida/Folhapress
 GUARULHOS, SP, BRASIL, 02-02-2012, 08h00: Movimentação na esteira da área de desembarque internacional do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP). (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress, MERCADO)

Norte-americanos, canadenses, australianos e japoneses poderão obter o visto brasileiro eletrônico no segundo semestre deste ano, diz o ministro do Turismo, Marx Beltrão. A inclusão da China em 2018 ainda está pendente.

Até março do ano que vem, outros três países entrarão na lista: Qatar, Arábia Saudita e Índia. A escolha das nacionalidades e a ordem de inclusão na política foi do Itamaraty.

A concessão de vistos eletrônicos pela internet, que vale apenas para turistas, reduz o tempo para obter a permissão de entrada no país a 48 horas. O acesso mais rápido proporciona um aumento de até 25% ao ano nos desembarques, segundo a Organização Mundial de Turismo.

A experiência do Brasil na Copa e na Olimpíada confirma a afirmação. Durante o mundial, quando turistas com ingressos puderam desembarcar sem visto, houve um aumento recorde na entrada de dólares pelo turismo.

Foi US$ 1,58 bilhão, quase 60% a mais em relação ao período anterior, de 2013.

Nos Jogos Olímpicos, o Brasil liberou vistos de turistas de Austrália, Canadá, Japão e EUA. Das 163.104 pessoas dessas nacionalidades que vieram ao país, 74,06% usaram a dispensa do visto.

Esses estrangeiros deixaram US$ 167,7 milhões na economia -8,6 vezes a mais do que o Brasil deixou de arrecadar em taxas consulares.

"Vistos eletrônicos podem injetar até R$ 1,4 bilhão na economia em dois anos", projeta Beltrão.

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Portas mais... Tornar o processo de concessão de visto eletrônico para visitantes é uma medida elogiada pelo diretor-geral da organização para o turismo da ONU, Taleb Rifai, da Jordânia.

...abertas É uma recomendação que a agência faz há anos. "Respeitamos o princípio da reciprocidade, mas se tornou obsoleto. Países devem adotar as ações que estão de acordo com seus interesses."

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Brasil vende menos sapatos para fora, mas receita sobe

Os produtores de calçados brasileiros exportaram menos no primeiro trimestre deste ano que em 2016, mas a receita em dólares foi 14% maior no período.

A queda do número de pares vendidos, de 1,6%, foi menor que a esperada pelos empresários, diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados (associação do segmento).

O fato de, com menos produtos, a indústria ter faturado mais em dólares é ruim, segundo ele.

A valorização do real que aconteceu no período fez com que o produto brasileiro ficasse mais caro em moeda estrangeira, e é isso que os números refletem.

"A taxa de câmbio parou de oscilar, mas em um patamar que não nos confere competitividade. Com o dólar a R$ 3,10, não conseguimos concorrer no mercado internacional."

As vendas do primeiro trimestre foram negociadas e fechadas em setembro do ano passado, para que as peças fossem enviadas durante o inverno do Hemisfério Norte.

As encomendas da temporada de verão foram feitas em fevereiro, ele diz, e as informações preliminares apontam para uma redução ainda maior do número de pares vendidos na comparação com 2016.

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Saldo negativo

O número de famílias paulistanas que dizem estar sem condições de pagar as contas do próximo mês aumentou pela terceira vez consecutiva em março e alcançou o maior patamar desde 2006, segundo a FecomercioSP.

Cerca de 8,7% afirmam que não conseguirão honrar seus compromissos em abril. Entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, o percentual é de 11%.

"Essa percepção é momentânea e está ligada diretamente à preocupação com o desemprego", afirma Fernanda Della Rosa, assessora econômica da entidade.

O número de famílias endividadas na capital também cresceu em março e chegou a 50,2%, uma alta mensal de 1,7 ponto percentual.

"O maior endividamento, por um lado, também é saudável, porque indica um aquecimento no comércio."

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Crime sem castigo

Ataques cibernéticos contra empresas brasileiras -como o de hackers russos que teriam roubado dados de um grande banco do país-, são recorrentes, segundo o superintendente da área de riscos da Marsh, Carlos Santiago.

A maior parte dos casos, porém, não vêm à tona. "O Brasil não tem uma legislação que obrigue que empresas comuniquem os crimes, o que dificulta o próprio combate", diz o executivo.

As companhias brasileiras não têm feito o suficiente para se prevenir contra as ações, afirma. "Aumentou a consciência do problema, mas também cresceram os riscos."

Menos da metade (35%) das empresas latinas têm políticas de segurança cibernética em operação, segundo a Marsh. Em 52% delas, não há gestão ou procedimentos para gerir ataques. Foram ouvidas 330 companhias.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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