Folha de S. Paulo


Procuradoria da Fazenda questiona na Justiça recuperação judicial

Advogados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) entraram com uma petição na Justiça Federal contra a metalúrgica Sifco por entenderem que a empresa usou a recuperação judicial para se esquivar de responsabilidades de uma falência.

Por medida cautelar, a Justiça tornou indisponíveis os bens da companhia, que deve R$ 1 bilhão em impostos.

Advogados, servidores que defendem os interesses da Fazenda, acusam a metalúrgica de ter vendido seus melhores ativos e ficado com dívidas e bens menos valiosos. Sob o seu comando, há hoje apenas uma unidade, cujo valor representa 10% do total do que valia antes, dizem.

Um esvaziamento dessa magnitude não condiz com o objetivo da recuperação, que é a viabilidade do negócio.

O caso deveria ser, portanto, de falência, o que daria preferência a dívidas com trabalhadores e com o fisco.

Alguns ativos foram vendidos a empresas que já tinham créditos com a metalúrgica, mas que, em caso de falência, não teriam prioridade para receber, segundo advogados.

Entrar em recuperação e liquidar a companhia é uma estratégia conhecida como "falência branca". A lei, de 2005, contribui para que existam casos como esse, diz um tributarista.

A PGFN pretende procurar a Justiça para recuperar outros créditos tributários, afirmam advogados da Fazenda.

Cabe recurso, mas como há segredo de Justiça, a empresa não diz se vai recorrer.

A ACUSAÇÃO

Metalúrgica deve R$ 1 bi em impostos

> Fisco não tem voto sobre plano de continuidade da empresa

> Divisão de grandes devedores da PGFN acusa empresa de usar procedimento de recuperação de forma abusiva

> Alegação é que a Sifco alienou fábricas e só manteve em atividade uma unidade

> Fazenda ainda suspeita de desvio de recursos anterior à recuperação

Fonte: PGFN

*

Às claras

As vendas de ativos da Sifco foram públicas e aprovadas pelos credores contemplados no plano de recuperação, afirma o advogado da empresa, Marcos Martins.

"Foram feitas audiências para que interessados apresentassem propostas de aquisição. Isso foi acompanhado por credores, pelo administrador judicial e pelo Ministério Público."

Antes do questionamento na esfera federal, a Justiça Estadual, que autoriza as transações, permitiu que acontecessem, diz Martins. Ele afirma que não há esvaziamento de ativos da empresa.

*

Consumo de antidepressivos teve alta de 27,4% em 2016

O consumo de antidepressivos subiu 27,4% no ano passado, segundo um levantamento da seguradora Sulamérica com 13,6 mil empresas. Nos últimos seis anos, o aumento foi de 76%.

As mulheres são as que mais sofrem com o problema: representam cerca de 60% das compras dos medicamentos.

A saúde mental e as questões emocionais são crescentes preocupações para companhias, sobretudo as de grande porte, afirma a diretora da empresa Tereza Veloso.

Depressão e ansiedade são os principais entraves para a concentração no trabalho e geram despesas 10% maiores com planos de saúde, diz a consultoria Mercer Marsh Benefícios

O período médio de afastamento nesses casos é três vezes superior ao observado com outras doenças.

"O ideal para combater o problema é criar ações para estimular exercícios físicos, limitar a carga horária de funcionários e aumentar o bem-estar", diz Veloso.

*

Ferramentas para expansão

A Stanley Black & Decker, empresa de ferramentas que acaba de adquirir a Newell Brands, planeja investir ao menos R$ 20 milhões no Brasil em 2017.

O aporte será usado para integrar seu sistema de vendas e promover as marcas incorporadas.

O portfólio nacional da companhia irá praticamente dobrar quando a aquisição for totalmente concluída —a compra global foi anunciada em março.

"Há também um projeto de expansão geográfica", diz o presidente da empresa, Paulo Martins.

"Queremos ampliar a atuação em regiões como o Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste." Hoje, o Sudeste detém 45% da receita.

A companhia tem planos de ampliar a estrutura de distribuição, mas, por enquanto, o foco é fazer a integração entre os negócios, afirma o empresário.

Em 2016, a Stanley Black & Decker teve um crescimento real de 1%. Neste ano, a expectativa é uma alta de 15% da receita total, já com o faturamento da Newel contabilizado.

R$ 710 milhões
faturou a Stanley Black & Decker no ano passado

R$ 210 milhões
foi a receita da Newell em 2016

US$ 1,95 bilhão
(R$ 6,13 bilhões) foi o valor da compra da Newell pela Stanley Black & Decker

*

Energia jogada fora

O Brasil desperdiçou quase 47,5 mil GWh de energia em 2016, o equivalente a 46% de toda a produção da usina de Itaipu no mesmo período, segundo a Abesco, que representa empresas de conservação do recurso.

O cálculo é feito com dados de consumo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a partir de um coeficiente médio do que poderia ser economizado em cada setor.

A energia desperdiçada seria maior não fosse a crise, que reduziu a produção industrial, diz Alexandre Moana, presidente da entidade.

A indústria deixou de economizar 10,2 mil GWh em 2016, uma queda de 2,7%.

Foi pelo ralo - Energia no Brasil, em mil GWh

*

Indústria A Hth, de tratamento de piscinas, construirá oito laboratórios de pesquisa em sua fábrica de Salto (SP). O aporte será de R$ 10 milhões.

*

Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


Endereço da página:

Links no texto: