Folha de S. Paulo


Fundos para antecipar créditos cresceram 10% em 2016

Os Fidcs, fundos aos quais as empresas recorrem para antecipar valores a receber, tiveram aumento de 10% no patrimônio líquido no ano passado, segundo a Anfidcs (associação do segmento).

Eles terminaram 2016 com R$ 11,14 bilhões em contas.

Esses fundos recebem recursos de vários investidores e emprestam a mais de um tomador de recursos. A maior parte da clientela é formada por empresas de pequeno e médio porte.

O setor cresce desde 2009, quando a Anfidc foi criada. Apesar do resultado positivo, o ano passado foi o de pior desempenho desde 2010.

Uma das explicações é que eles aproveitam o espaço deixado por bancos que foram comprados ou incorporados.

"Uma empresa que usava dois bancos vai ter que fechar a conta em um deles se a instituição for incorporada", diz Alberto Gonçalves, diretor e fundador da entidade.

A dificuldade desses fundos, segundo Gonçalves, está na outra ponta, a da captação de recursos.

"Os investidores ainda são resistentes, especialmente por conta de dois anos seguidos de dificuldades econômicas no Brasil", afirma.

Os Fidcs têm isenção de IOF em suas operações, mas isso não significa que ofereçam dinheiro com custo mais baixo, diz Davi Jeronimo, consultor de finanças do Sebrae-SP.

Transações com esses fundos fazem sentido para cobrir rombos na empresa, mas não são apropriados para investimentos, segundo ele.

"Eles praticam taxa de mercado, de quem quer ser remunerado. Empréstimo barato, mesmo, só o governo faz", afirma Jeronimo.

dinheiro já - Fundos de antecipação de créditos

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Medalha de prata

A operação brasileira da Bic, que fabrica canetas, isqueiros e barbeadores, deverá ter uma receita anual de R$ 1 bilhão em até dois anos, segundo Ricardo Ibarra, diretor-geral da companhia na América Latina.

O mercado do Brasil, o segundo maior da empresa, foi de cerca de R$ 900 milhões no ano passado e só é menos significativo que o dos Estados Unidos.

Para alcançar a meta bilionária, a companhia prevê um aporte de R$ 30 milhões em 2017, diz Ibarra.

"Vamos investir na nossa fábrica e também na distribuição e promoção dos produtos, para manter o crescimento de dois dígitos nos anos seguintes."

A Bic precisará definir quais categorias de produtos serão prioritárias, afirma o executivo.

Enquanto algumas receberão investimentos mais agressivos, outras poderão até ser cortadas.

"Não é possível fazer tudo. A Bic possui muitos produtos, um portfólio com mais de mil itens. É preciso ter claridade."

€ 2,03 bilhões
(R$ 6,8 bilhões) foi a receita líquida global da Bic em 2016

1.100
é o número de funcionários da companhia no Brasil

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É preciso estar atento

Mesmo com 20% de capacidade ociosa, o grupo Todeschini planeja investir R$ 75 milhões para duplicar sua fábrica de móveis planejados até o fim de 2018.

A empresa teve uma retração de 20% na receita em 2016 –faturou R$ 556 milhões– e postergou o projeto nos últimos anos, mas precisará tirá-lo do papel, diz o presidente João Farina Neto.

"Não temos necessidade de expandir a planta a curto prazo, porém sabemos que, assim que o mercado reagir, estaremos novamente com a capacidade esgotada."

Outros R$ 75 milhões serão direcionados às atividades agropecuária e florestal, responsáveis por 20% do faturamento atualmente.

A Todeschini também retomará a abertura de lojas. Depois de fechar quase um quarto delas desde 2014, a previsão é inaugurar 150 unidades em 2017. Hoje são 720.

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Lotação brasileira

São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades com as piores avaliações do transporte público quanto à qualidade e segurança, segundo a consultoria Kantar TNS.

Quase 24 mil pessoas em 19 países foram consultadas.

"O apego aos carros é grande. O automóvel ainda é percebido como uma bolha de conforto", afirma Isabelle Rio-Lopes, da companhia.

Entre os entrevistados que não possuem mais automóvel, cerca de um quarto (22%) adotou serviços como aplicativos de corrida compartilhada, táxis e transportes públicos como uma das opções para se locomover.

"A digitalização mudou a mobilidade no mundo. Aproximadamente 75% dos cidadãos já usam aplicativos para se locomover ou organizar seu trajeto", diz Rio-Lopes.

Carro na garagem - Número de pessoas que dirige menos hoje do que há 6 meses, em %

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Liso A Depyl Action, rede de depilação, investirá R$ 10 milhões nos próximos anos como parte de sua estratégia de internacionalização. Parte dos recursos vai para a sede da empresa em Belo Horizonte. Devem ser abertas 17 unidades.

Compartilhado A CO.W.Coworking vai receber, até 2018, um aporte de R$ 10 a 15 milhões. A empresa quer encerrar o primeiro semestre de 2017 com três novas unidades: na Berrini, na Vila Olímpia e uma no Rio de Janeiro.

Caneta e papel O Brasil está atrás de países como Cingapura na adoção de prontuários eletrônicos e informatização de dados de pacientes, aponta a consultoria PwC: menos de 40% de clínicas usam arquivos desse tipo.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e LUISA LEITE


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