Folha de S. Paulo


Cinemas terão versões de filmes para cegos e surdos até julho de 2018

Distribuidores de filmes e salas de cinema se preparam para ter tecnologia para receber clientes cegos e surdos.

A Ancine e o setor decidiram quais vão ser os tipos de arquivos com audiodescrição (para cegos) e Libras (para surdos) que vão acompanhar as cópias entregues às salas.

"Vamos fornecer um tablet com película que não dá reflexo. Cada usuário vai sentar onde quiser. Se vai incomodar os vizinhos, não sabemos", diz Luiz Severiano, presidente da rede Kinoplex.

As adaptações atendem a uma lei que obriga todas as salas a serem acessíveis até julho de 2018. O setor pactuou com a Ancine que metade do parque vai estar preparado até o fim deste ano.

"Queremos implantar logo para captar clientes que ainda não vão ao cinema, mas é tudo novo, não estimamos custos", diz Severiano.

Para grandes distribuidoras, cópias de filmes com arquivos em Libras e audiodescrição não terão preço alto, afirma Rodrigo Saturnino, diretor-geral da Sony Pictures.

"O problema [de custo] é de filmes que não têm dublagem ou que entram em poucas salas. Nesses casos, as versões de acessibilidade saem por valor relativo maior."

A Ancine vai pagar R$ 15 mil às distribuidoras por estreia que entrar em poucas salas, diz Manoel Rangel, presidente da entidade.

"Temos R$ 2 milhões para contemplar isso. É suficiente para cerca de 150 títulos por ano nessa situação."

EM BREVE, EM UMA SALA PERTO DE VOCÊ - Parque exibidor brasileiro

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Faturamento de seguradoras cresce 10,15% em 12 meses

O setor de seguros teve crescimento de receitas de 10,15% nos doze meses que terminaram em janeiro, aponta a CNSeg (confederação das empresas).

Segmentos de maior contribuição para o desempenho foram os de planos como o VGBL, que permitem que o titular acumule recursos.

"Eles têm taxas altas de crescimento, de 28%. Os produtos rural e de garantia também têm bom desempenho", diz Marcio Coriolano, presidente da entidade.

Produtos para carros ainda perdem mercado, mas prejudicam menos o faturamento global das empresas, pois as reduções dos últimos meses foram menores.

Dados de saúde estão defasados e não aparecem no resultado das receitas. O efeito da correção de valores deles pela inflação faz com que não haja queda de arrecadação geral, afirma Coriolano.

MORREU DE VELHO - Crescimento nominal em 12 meses (sem saúde)

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Expansão loteada

A empresa paulista de loteamentos urbanos Cemara voltará a investir em novos projetos após uma queda de faturamento no ano passado.

"Nossa grande dificuldade em 2016 foram os distratos. Tivemos 90% das vendas de 2015 canceladas", diz o sócio Marcos Dei Santi.

A diminuição da receita –de 5%, na comparação com 2015– foi amenizada pela venda de 3% a 5% dos estoques por mês, afirma. Hoje, aproximadamente 30% dos lotes estão à venda.

A Cemara terá três novos empreendimentos, nas cidades de Hortolândia, Várzea Paulista e Bragança Paulista.

O aporte previsto é de R$ 45 milhões. Dois terços do valor virão de bancos e fundos de investimento, diz Dei Santi.

"Tínhamos outros lançamentos, previstos para 2016, mas adiamos por não enxergar demanda."

36
são os loteamentos já implantados pela Cemara

10,1 milhões de M²
é a área urbanizada até o momento

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Volta do comércio

O volume de vendas do varejo restrito, que exclui automóveis e material de construção, deverá sofrer uma queda de 3,6% no acumulado de 12 meses até setembro no Brasil, projeta a Associação Comercial de São Paulo, do setor.

A redução é menor que a de 2016, quando o comércio recuou 6,2% no acumulado de janeiro a dezembro.

"A perspectiva é de recuperação lenta nos próximos meses, ainda que no campo negativo", afirma Alencar Burti, presidente da ACSP.

O aumento do desemprego, a queda na renda do trabalhador e a escassez de crédito dificultam uma retomada mais acelerada, diz ele.

Para 2018, o setor prevê que as taxas de crescimento voltarão a ser positivas, segundo Burti. "Vejo otimismo entre os comerciantes, que começaram a pensar em investir novamente e desistiram de fechar lojas."

CICLO DAS VENDAS - Volume movimentado pelo varejo, em %

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Silicone também cai

A produção de silicone no Brasil teve sua pior queda em 2016, segundo a Abiquim, entidade que representa a indústria química.

Foram 28 mil toneladas produzidas e US$ 208 milhões (R$ 652 milhões) de receita, o que equivale a reduções de 6% e 10,7%, respectivamente.

"O resultado foi um reflexo dos mercados para os quais fornecemos. Neste ano, deveremos voltar a movimentar US$ 240 milhões (R$ 752 milhões)", diz Irineu Bottoni, da associação.

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Aporte... O grupo alemão Sarstedt, de tecnologia médica, investirá € 11 milhões (R$ 37,2 milhões) na construção de uma fábrica em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Será a primeira unidade da companhia na América Latina.

...alemão O empreendimento de 6 mil m² começará a ser erguido no segundo semestre de 2017 e atenderá tanto o mercado interno como outros países vizinhos. O projeto foi assessorado pela agência estadual Investe São Paulo.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e LUISA LEITE


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