Folha de S. Paulo


Sem prorrogação dos contratos, obras em estradas demorarão mais, diz setor

Com a decisão do governo de não prorrogar contratos de concessionárias de rodovias que terminam em 2021, investimentos nas estradas vão demorar o dobro de tempo para acontecer, segundo a ABCR (associação do setor).

Na terça-feira (7), foram anunciados calendários de estudos para as licitações.

Com isso, descarta-se a possibilidade de alongar os acordos vigentes em troca de investimentos nas vias.

A Concer, que administra a estrada entre o Rio e Juiz de Fora (MG); CRT, que tem a ligação entre o Rio e Teresópolis; e a CCR, da Nova Dutra, pleiteavam aditivos aos contratos existentes.

O argumento era que, com o fim de um contrato e início de outro, gasta-se mais tempo para obras de melhorias.

A CCR apresentou ao governo um cálculo segundo o qual a duplicação da Nova Dutra na altura da serra das Araras, que levaria quatro anos se ela fosse mantida na gestão da estrada, vai demorar até 17 anos.

São cinco anos até o fim do contrato atual, além de seis a oito anos para que a empresa que assumir tenha estofo para investir e mais quatro para as obras.

Como esse trecho, existem outros dez, afirma César Borges, presidente da ABCR.

"São 11 segmentos rodoviários onde se previam novos investimentos. Qual é a alegação para não fazer? O governo tem de responder por que abriu mão de aportes de R$ 15 bilhões."

A lei das concessões, diz ele, permite o prorrogamento de prazos, e se sobrepõe aos contratos das rodovias.

RESPONSÁVEIS PELA ESTRADA - Perfil das concessionárias de rodovias

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Liderança feminina em baixa

A participação feminina em processos seletivos para cargos de alta direção diminuiu em 2016, de acordo com a empresa de recrutamento Page Executive.

As mulheres eram 27% entre os executivos que se candidataram a posições de chefia em 2015 e 13% em 2016. O número de selecionadas também diminuiu, de 16% para 14% no ano passado.

Um dos motivos apontados é o aumento de contratações em setores como mineração e petróleo, diz Fernando Andraus, diretor da consultoria.

A participação feminina é menor nas áreas técnicas, afirma Solange David, vice-presidente da CCEE. "Os cargos de engenharia eram carimbados como masculinos, o que tem mudado", diz.

Na CCEE, as mulheres representam 40% do quadro de funcionários. O conselho de administração é formado por três homens e duas mulheres.

Mulheres... - Candidatos a cargos de alta direção, em %

...na chefia - Candidatos selecionados para cargos de alta direção

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Vocação para ser 'chefa'

As jovens brasileiras são as mais propensas a empreender, segundo a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e a consultoria TNS.

Quase dois terços (63%) das mulheres do Brasil entre 25 e 35 anos que foram consultadas dizem desejar abrir o próprio negócio em um futuro próximo.

A porcentagem fica acima da média global, de 43,5%, de acordo com o levantamento desenvolvido em oito países, com aproximadamente 2.800 entrevistadas.

Entre as brasileiras que já empreendem, mais da metade (55%) é a única dona do negócio. O índice cai para 44,3% nas respostas dadas pelos homens.

O motivo mais mencionado pelas jovens para justificar a vontade de empreender é a melhora de qualidade de vida (78%), seguido por realização pessoal (76%).

PENSAMENTO DE DONA - Mulheres que desejam abrir um negócio nos próximos anos, em %

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Na contramão

As micro e pequenas empresas tiveram saldo positivo de criação de empregos em janeiro, apontam dados do Ministério do Trabalho compilados pelo Sebrae.

Os negócios de menor porte adicionaram mais de 27 mil vagas, o que contrasta com as perdas das grandes companhias, que encerraram quase 69 mil postos.

Não é possível definir que haja uma tendência, no entanto. São necessários mais dois meses de melhoras para que se possa apontar um padrão, segundo o Sebrae.

Na divisão por setor de economia, houve diferenças: no comércio extinguiram-se 29 mil empregos, enquanto nos serviços foram criados 22 mil.

Também ocorreram variações entre os Estados. O Rio de Janeiro teve o pior desempenho, com perda de aproximadamente 10 mil vagas. Mato Grosso foi o melhor, com quase 8.000 novos postos.

AS INTERMITÊNCIAS DA GERAÇÃO - Criação de vagas em pequenas empresas

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Contas... O endividamento do brasileiro teve um aumento de 0,55% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2016, aponta pesquisa de consumo feita pela ESPM.

...penduradas A demanda por crédito cresceu mais entre as famílias com menor renda. A alta chega a 0,82% para aqueles com ganhos entre R$1.000 e R$ 2.000.

Crédito Os juros também subiram. A taxa média do cheque especial saltou de 248,34% para 309,24%. No cartão de crédito, o juro foi de 410,97% para 441,76%.

Casa do futuro Apenas 10% das residências nos EUA, Reino Unido e Austrália são lares conectados (com dispositivos ligados à internet para administrar a casa), segundo levantamento da Gartner que ouviu mais de 10 mil pessoas.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e LUISA LEITE


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