Folha de S. Paulo


Trocas de operadora telefônica caem com consumo digital

Uma mudança de comportamento dos consumidores tem feito o número de linhas de celular cair nos últimos meses: eles deixaram de ter contas em mais de uma operadora, dizem as quatro grandes empresas do setor.

Entre janeiro de 2016 e o mesmo mês deste ano, foram desativadas quase 14 milhões de linhas, segundo a Anatel. Isso representa uma diminuição de 5,38% no período.

"Não temos como contestar a queda dos números [de linhas], mas isso não significa valor", afirma André Guerreiro, diretor de inteligência de mercado da Claro.

O quinhão de renda que as pessoas destinam à telefonia móvel não mudou —até mesmo aumentou—, diz, mas a forma como isso é gasto, sim.

O consumo é mais de dados, já que os smartphones se alastraram com mais intensidade entre os clientes.

Uma consequência é que a divisão de mercado entre as operadoras não deverá se alterar no futuro próximo, diz o diretor de marketing móvel da Vivo, Gustavo Nóbrega

"Há uma tendência a médio prazo de não haver mudança nos gráficos, à medida que o comportamento do consumidor muda."

O foco da Oi passou a ser aumentar a receita média por usuário e manter "nível adequado de participação de mercado para garantir o futuro da companhia", segundo mensagem por e-mail da empresa à coluna.

PEDRO CADÊ MEU CHIP - Variação do número de linhas de celular

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Em SP, custo da construção fica estagnado no início do ano

O custo da construção civil no Estado de São Paulo se manteve estável nos dois primeiros meses de 2017, segundo o Sinduscon, sindicato que representa o setor.
A variação acumulada no período foi de 0,1%.

Essa estagnação, reflexo da baixa demanda por serviços e materiais, deverá continuar até 2018, com exceção de uma alta prevista para o fim do primeiro semestre, diz Eduardo Zaidan, da entidade.

"Entre maio e julho deverá acontecer um salto por causa de reajustes salariais, frutos de acordos de alguns sindicatos, mas depois disso não teremos mais variações significativas", afirma.

Nos últimos 12 meses, o crescimento registrado no custo básico da construção, calculado pelo Sinduscon com a FGV, foi de 5,17%. A inflação, medida pelo IGP-M, foi de 5,38%.

O índice do setor só não é menor devido aos reajustes em junho e julho de 2016, quando aumentou 4,63 pontos percentuais.

Em fevereiro, o indicador apontou um gasto médio de R$ 1.296,39 por metro quadrado em São Paulo. A maior parte (61,2%) é relativa às despesas com mão de obra.

A conta da obra - Índice do custo da construção civil em SP

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Chapa quente

A rede americana de lanchonetes Johnny Rockets apostará em um sistema flexível de franquias para não interromper sua expansão no Brasil em 2017.

A previsão da companhia é abrir de 8 a 10 lojas no país neste ano, mesmo após uma queda de 20% no faturamento em 2016.

"Metade das novas unidades serão franquias; as outras ou serão próprias ou terão nossa participação minoritária, na casa dos 30%", afirma Antônio Augusto de Souza, responsável pela marca no Brasil.

"A projeção para este ano é conservadora. O faturamento será próximo a R$ 46 milhões, capaz apenas de repor a inflação de 2016."

O investimento previsto na expansão é de aproximadamente R$ 18 milhões. "Usamos recursos próprios, por isso é necessário equilibrar a abertura das nossas lojas com unidades franqueadas."

Duas das 12 unidades da marca são franquias com participação minoritária de Souza, nas cidades de Guarulhos e Ribeirão Preto (SP). As demais são próprias.

33
é o número de países em que a Johnny Rockets está presente

340
é o número de lojas da rede espalhadas no mundo

R$ 44 MILHÕES
foi a receita no Brasil em 2016

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Negócio das Arábias

A Câmara Brasil Iraque assinou um protocolo de cooperação com o INBC, o maior conselho de empresários privados do país árabe.

A entidade quer estimular as aquisições de equipamentos e tecnologia brasileiros para linhas de produção iraquianas, como parte de um programa de estímulo à industrialização deles.

O conselho busca transferir a uma instituição financeira brasileira US$ 400 milhões (R$ 1,26 bilhão) como garantia para a liberação de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão (R$ 3,15 bilhões).

"Conversaremos com bancos públicos e privados. Depois, dependerá deles mostrar interesse no negócio", afirma Jalal Chaya, presidente da Câmara Brasil Iraque.

Um dos atrativos do país, segundo ele, é ter conhecimento em setores-chave, como agronegócio e indústria de carga.

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Sem... A Anheuser-Busch Inbev, dona da Ambev, cujos resultados operacionais vieram abaixo do esperado, não vai pagar bônus aos seus executivos em 2017. A Ambev não quis comentar.

...colarinho Em comunicado, a cervejaria afirmou que a medida é um dos resultados do desempenho decepcionante em 2016. A participação brasileira caiu para 54,7% do total das ações do grupo.

Couro A JBS Ambiental passará a exportar capas plásticas para seus curtumes do Uruguai. Argentina e Paraguai já recebem o produto.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e LUISA LEITE


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