Folha de S. Paulo


Com rebaixamento de planos de saúde, medicina de grupo ganha beneficiários

Lalo de Almeida - 8.jun.2016/Folhapress
Sao Paulo, SP. 08/06/2016. Cirurgia de coluna do Projeto Coluna no Hospital Israelita Albert Einstein em Sao Paulo. ( Foto: Lalo de Almeida/Folhapress, ESPECIAL ) *** EXCLUSIVO FOLHA
Medicina de grupo foi a única modalidade entre planos de saúde que teve crescimento em 2016

As empresas de medicina de grupo —que fazem a maior parte de seus atendimentos em redes próprias—, ampliaram em 1,2% o número de beneficiários em 2016, segundo a ANS, que regula o setor.

Entre as modalidades de operadoras de planos de saúde, essa foi a única que cresceu no ano passado. A carteira das cooperativas médicas, como as Unimeds, caiu 5,4%.

"Há uma migração de cooperativas para convênios", afirma Lício Cintra, diretor-presidente do grupo São Francisco, de Ribeirão Preto, que aumentou em 18,6% o total de clientes em 2016.

A crise das Unimeds contribuiu para esse movimento, segundo Cintra.

O custo dos convênios também teve influência, principalmente no setor empresarial —com a crise, caiu o valor dos benefícios concedidos a funcionários, o que beneficiou planos mais baratos.

"A média de preço da medicina de grupo é de 30% a 40% mais baixa que a de planos em que o cliente tem liberdade para escolher onde fazer seu atendimento, como os seguros", afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.

A operadora aumentou em 9,6% a venda de planos coletivos (empresariais) no ano.

No caso da São Francisco, cresceu o total de empresas que contratam planos, mas caiu número de funcionários por companhia, diz Cintra.

"Com uma retomada do emprego, o número de beneficiários deverá crescer de forma significativa, sem necessidade de um esforço nosso de buscar novos clientes."

FORA DA CURVA - Planos de saúde em 2016, por modalidade

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Dentro de casa

A Hapvida reservou R$ 200 milhões de seu caixa neste ano para a compra de equipamentos médicos e para a conclusão de dois novos hospitais, em Fortaleza e Recife, que deverão ficar prontos neste semestre.

"Vamos ver se [o valor] vai se confirmar ou não, em razão de oportunidades que apareçam", diz o presidente, Jorge Pinheiro. Quanto a aquisições, o grupo está "atento a oportunidades de mercado", afirma.

A companhia, de origem cearense, vai concentrar os investimentos nas regiões Nordeste e Norte.

Em 2016, 95% dos atendimentos hospitalares e 76% dos exames e consultas foram feitos na rede própria.

71
clínicas e 21 hospitais fazem parte da estrutura da rede

3,3 MILHÕES
é o total de beneficiários

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Saúde acelerada

O grupo São Francisco, de Ribeirão Preto planeja investir ao menos R$ 80 milhões neste ano, para ampliar a rede no interior de São Paulo, no Centro-Oeste e na região Sul de Minas Gerais.
Ao menos uma aquisição, praticamente fechada, está contemplada no valor, afirma o diretor-presidente da empresa, Lício Cintra.

"Além disso, há duas outras negociações bastante evoluídas de compra de operadoras que deverão ser anunciadas em breve."

No ano passado, 30% da companhia foi vendida para o fundo Gávea Investimentos, decisão tomada para acelerar a expansão da rede, segundo Cintra.

468 mil
são os clientes da operadora

78
são as unidades (incluem prontos-socorros e clínicas)

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Chega mais

Locatários de condomínios logísticos trocaram imóveis distantes de centros consumidores por outros, próximos e considerados de melhor qualidade, segundo a consultoria Newmark Grubb.

A tendência é explicada por uma entrega de novos galpões, construídos nos últimos anos, aliada a uma elevada taxa de vacância.

"Havia uma promessa de desenvolvimento, construíram-se equipamentos de qualidade e a carência por espaços foi suprida", afirma Marina Cury, presidente da empresa no Brasil.

Os números de mercado mostram que a movimentação da locação é grande, mas também é alto o número de imóveis deixados para trás, segundo Rodrigo Couto, diretor de locação do Secovi-SP.

TRATAR COM O PROPRIETÁRIO - Demanda por condomínios logísticos em SP

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Na rede A empresa de marketing digital Predicta planeja investir R$ 16 milhões em tecnologia para melhorar suas plataformas. A companhia tem 60 agências como clientes e registrou um aumento de 30% na receita em 2016.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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