Folha de S. Paulo


Incorporadora vai erguer 'bairro' de R$ 1 bilhão em SP

Um conjunto de moradias de 48 prédios vai ser erguido em Pirituba (zona norte de São Paulo) pela MRV Engenharia, em uma área de 170 mil metros quadrados.

Serão 7.300 unidades, todas contempladas nas faixas 2 e 3 do Minha Casa Minha Vida. No total, o investimento será de R$ 1 bilhão —parte do dinheiro será da própria empresa, parte financiado.

O espaço era do Banespa, que iria construir lá seu centro administrativo. Esqueletos de prédios chegaram a ser erguidos, mas os edifícios nunca foram concluídos.

Editoria de Arte/Folhapress
MRV Engenharia

O terreno está com a construtura desde 2008, quando ela o adquiriu por R$ 95 milhões em um leilão promovido pelo Santander.

O plano da empresa passou por diferentes versões. No começo, a ideia era fazer um conjunto misto, com torres corporativas e residenciais.

O mercado para esse tipo de produto piorou e, além disso, o terreno inteiro foi classificado como Zeis (zona de interesse social), uma espécie de reserva da cidade para moradia popular.

"Resolvemos desenvolver um projeto residencial com o conceito de um bairro. Os últimos anos foram dedicados a isso", afirma Eduardo Fischer, co-presidente da MRV.

O setor imobiliário sofre com a crise, diz, mas a baixa renda ainda demanda habitação. "Vimos que a oferta por imóveis de R$ 225 mil (valor das unidades a serem subsidiadas pelo programa de moradia) não é suficiente."

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Incentivos condenados pela OMC podem virar projetos sazonais

Após a condenação pela OMC (Organização Mundial do Comércio) de programas de incentivo à indústria brasileira, o governo avalia substituir as políticas por projetos sazonais, segundo a ABDI (de desenvolvimento industrial).

A agência é ligada ao Mdic (da indústria) e tem participado de discussões internas, diz o presidente, Guto Ferreira.

"Em muitos setores, as mudanças de processos são tão rápidas que não é possível pensar em políticas industriais como antigamente. Faz mais sentido lançar ações pontuais com as empresas."

A condenação será uma oportunidade para a indústria rever suas políticas, diz.

A OMC ainda não tornou público o parecer final sobre a condenação, e portanto o prazo para que o Brasil altere os programas não foi iniciado, mas o governo já adiantou que irá apelar da decisão.

A indústria eletrônica, uma das mais afetadas, formou um grupo de trabalho para formular propostas que serão levadas ao governo, diz Humberto Barbato, presidente da Abinee, associação do setor.

PROGRAMAS NA MIRA
Alguns dos incentivos à indústria considerados ilegais

Inovar-Auto
Isenção parcial no IPI para indústrias automotivas que usarem componentes nacionais

Lei de Informática
Incentivos fiscais para estimular pesquisa e desenvolvimento no setor eletrônico

PADIS e PATVD
Apoio às indústrias de semicondutores e displays (PADIS) e de equipamentos para TV Digital (PATVD)

Recap
Reduz impostos de empresas exportadoras na compra de equipamentos

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Dieta de receita

O faturamento das empresas de alimentação fora de casa aumentou 5,2% no ano passado, segundo o IFB, instituto que reúne grandes redes do setor. A inflação no período foi de 6,29%.

O resultado foi inferior ao de anos passados, em que o crescimento do mercado vinha na casa de dois dígitos.

O aumento do tíquete médio das refeições e a abertura de estabelecimentos garantiram o crescimento nominal da receita, diz Eduardo Yamashita, do instituto.

Sem considerar as novas unidades, o desempenho teria permanecido estável —uma alta de 0,3%.

"A inflação foi repassada aos consumidores, e muitas companhias investiram em produtos de maior valor."

Neste ano, o setor prevê que o crescimento volte a se acelerar, afirma Yamashita.

FORA DE CASA - Aumento da receita do setor de alimentação, em %

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Montanha-russa industrial

A intenção de lançamentos de novos produtos pela indústria, medida a partir dos pedidos para registro de códigos de barra, caiu 20,3% em janeiro, em relação a dezembro.

A retração devolve a alta de 17,8% observada em dezembro, afirma Bruno Rezende, sócio da consultoria 4E, que desenvolve o indicador junto com a GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação), responsável pelos registros.

Por analisar uma das etapas do processo industrial, o índice costuma sinalizar o desempenho do setor.

"A queda em janeiro é uma pista de que a recuperação vista no mês anterior, ou mesmo a alta de 2,3% [na produção industrial, medida pelo IBGE], seja pontual", diz Rezende.

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Quem sabe... A ABB, de equipamentos para o setor elétrico, investiu R$ 10 milhões na sua fábrica de disjuntores em Guarulhos.

...faz a hora A expectativa é poder produzir quando o PIB estiver em crescimento, afirma o vice-presidente Giandomenico Rivetti.

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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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