Das 86 PDPs (parcerias entre governo e farmacêuticas para fabricar itens estratégicos para o SUS) vigentes, duas foram totalmente concluídas, afirma Marco Fireman, secretário responsável pela área no Ministério da Saúde.
A pasta iniciou um pente-fino nos projetos atrasados. "Na última semana, dois foram extintos." Entre os que estão em fase inicial de implementação, há parcerias aprovadas faz mais de sete anos.
Apesar dos atrasos, o governo publicou na semana passada uma lista de 52 produtos que poderão ser alvo de novas PDPs —volume visto como excessivo pela Interfarma, do setor farmacêutico.
"Ficamos surpresos, pois o governo havia dito que seria mais seletivo na escolha", afirma o presidente-executivo da entidade, Antônio Britto.
A lista, porém, é preliminar, e apenas uma parte se converterá em parcerias, diz o secretário. "Além disso, os novos contratos serão mais claros quanto a prazos e à responsabilidade por atrasos."
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA - Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo aprovadas, por fase*
O maior gargalo para as PDPs é a falta de estrutura dos laboratórios públicos, avalia Reginaldo Arcuri, presidente da FarmaBrasil (que reúne empresas nacionais). "Não há recursos para manter os processos mais complexos."
No caso dos medicamentos biológicos, o ministério limitou a três as instituições que receberão a tecnologia.
A falta de capacidade não é um problema, diz Fireman. "O governo precisa da tecnologia para regular preços e se precaver caso o setor privado perca interesse na produção."
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Candidato a parceiro
O laboratório Cristália deverá se candidatar a novas parcerias com o poder público por já fabricar alguns dos itens estratégicos para o Ministério da Saúde, afirma o presidente Ogari Pacheco.
"Entre o que está em desenvolvimento e o que já foi desenvolvido, temos cerca de 20 produtos [da lista de substâncias que podem ser objeto de parcerias com o governo federal]."
Em 2017, a farmacêutica concluirá investimento em uma linha de substâncias para tratamento oncológico.
A companhia aportará US$ 100 milhões (R$ 315 milhões) dos próprios recursos na compra de equipamentos.
A empresa concluiu as obras da unidade que desenvolverá os princípios ativos no ano passado. "Agora importaremos as máquinas."
Metade das moléculas que serão usadas na linha de produção já é feita pelo Cristália, diz o empresário.
"Assim que os equipamentos forem instalados, aumentaremos a escala do que já produzimos e poderemos trabalhar no que ainda falta desenvolver."
R$ 1,7 BILHÃO
é a receita estimada de 2016
10%
é o crescimento mínimo projetado para 2017
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A química da indústria
As vendas de cloro e de soda cáustica em 2016 caíram 7,9% e 2,9%, respectivamente, em relação a 2015, segundo a Abiclor (da indústria).
A queda seria maior se parte da produção não fosse escoada para o exterior, diz o presidente Alexandre de Castro.
A exportação de soda cresceu 19,6% e também impediu um aumento mais acentuado da capacidade ociosa.
O nível de utilização das fábricas caiu de 80,7% em 2015 para 78,5% em 2016 —a média histórica é de 87%.
"Qualquer notícia que não seja uma nova piora em 2017 é positiva. O mercado dá sinais de recuperação, mas a base de comparação é baixa."
CLORO E SODA - Volume produzido no Brasil, em mil toneladas
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Saída de licença
O número de auxílios por doença a trabalhadores concedidos pela Previdência aumentou 17% em 2016.
O aumento pode ser efeito estatístico causado por uma base fraca em 2015, quando houve greve de peritos médicos, diz Luís Eduardo Afonso, economista da USP.
"A tendência de alta acompanha o boletim estatístico de produtividade do INSS. A variação do ano passado pode ser uma consequência de perícias represadas."
Enfermidades causadas pelo exercício da profissão tiveram alta de 15%. Lesões por causas externas (150 mil) são as mais comuns. É frequente, diz Rosylane Rocha, da associação de medicina do trabalho, que o acidente ocorra no trajeto de casa.
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Ranking As lesões e os transtornos mentais —as doenças ligadas ao trabalho mais comuns—, tiveram as maiores altas em 2016, ambas de cerca de 19%, aponta a Previdência.
Oriente... A venda de pacotes turísticos para países asiáticos, como China, Japão e Tailândia, aumentaram 27% na CVC, acima do crescimento total da agência (7%).
...e Ocidente O destino que mais cresceu (cerca de 100%), porém, foi a Europa, que ampliou o número de viagens rodoviárias, diz o vice-presidente Valter Patriani.
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Hora do Café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI