Folha de S. Paulo


Litígios no setor de construção civil fazem cifras em arbitragem subirem

Quatro dos principais centros de arbitragem, das câmaras de comércio do Canadá e dos EUA, da CBMA (centro brasileiro de arbitragem) e a da Fiesp receberam casos de valores maiores em 2016.

Na CCBC, do órgão de comércio do Canadá, a cifra média cresceu 63% e chegou a R$ 136,5 milhões.

O aumento do número de casos de engenharia civil, cujos desentendimentos comerciais são de valores maiores que de outros setores, explica a tendência, diz Carlos Forbes, presidente da entidade.

"Nesse segmento, houve inadimplementos em cascata. Outro setor em alta foi o societário —no passado, estrangeiros fizeram aquisições aqui, e providências a serem cumpridas naqueles contratos não foram resolvidas."

DECISÃO PRIVADA - Variação em volumes e valores nos últimos anos

Número de casos

Na CBMA, há 17 arbitragens em curso, cujo valor somado é de R$ 3 bilhões, segundo o diretor Joaquim Muniz.

As empresas buscam minúcias nos contratos que justifiquem ressarcimentos, diz. "É um momento de guerra."

Em quantidade total de casos, não houve grande variação. Com a crise, empresas menores desistiram da arbitragem, diz Adriana Braghetta, sócia do L.O. Baptista.

O custo para litigar na câmara inclui o pagamento do órgão, dos árbitros e da representação da parte. "Ouvi muitos dirigentes dizerem que não tinham como entrar com o caso em arbitragem por considerarem o processo oneroso."

DECISÃO PRIVADA - Valores médios (em R$ milhões)

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Chão de fábrica

O custo para atividade industrial no Brasil, um dos mais altos do mundo em 2014, caiu em 2016 e chegou a um patamar similar ao de China e Estados Unidos, segundo a consultoria BCG.

O país teve 103 pontos e ficou em 18º no índice que compara o cenário de 34 mercados com a competitividade norte-americana, usada como referência e equivalente ao valor cem.

No levantamento de 2014, que analisava apenas 25 países, o Brasil tinha 123 pontos e era o quarto mais caro, junto com Bélgica e Itália.

O índice compara gastos com eletricidade, gás natural e mão-de-obra. A carga tributária não é considerada.

Os países do estudo poderão ganhar posições nos próximos rankings devido à aceleração da automação na indústria norte-americana, segundo o BCG.

A tendência é que a produtividade dos Estados Unidos aumente com o maior uso de robôs autônomos e sistemas inteligentes, capazes de enxugar despesas e o número de funcionários contratados.

TEMPOS MODERNOS - Índice de competitividade de custos na indústria, em 2016*

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Sinistro digital

As seguradoras devem ampliar seus serviços de atendimento ao cliente de automóveis em plataformas móveis, como os smartphones.

O intuito das empresas é poupar dinheiro em serviços, além de chegar ao segurado de uma nova forma.

A ideia é que os consumidores possam fotografar danos causados por uma batida e usar o aparelho para chamar o guincho e monitorar sua chegada, por exemplo. A Porto Seguro vai oferecer esse segundo serviço.

A empresa enviará mensagem ao segurado informando sua localização —há sinistros em que o motorista não sabe onde está, diz Sonia Rico, diretora da companhia.

O atendimento eletrônico esbarra em uma dificuldade: o cliente quer falar com gente. "É uma chamada emergencial, e ele prefere ligar e ouvir uma voz."

O BB Mapfre investiu R$ 539 milhões em tecnologia em 2016, segundo Roberto Barroso, presidente de três áreas da empresa. O grupo quer criar uma nova área digital para o cliente.

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Código bancário

O uso de big data (grande volume de dados) pode ter um impacto econômico de até US$ 260 bilhões (R$ 837,3 bi) por ano em bancos de varejo, aponta a McKinsey.

O potencial será alcançado se usarem informações para melhorar o monitoramento crédito e reduzir o número de agências físicas, por exemplo.

Bancos já têm dados quase ilimitados de clientes, mas precisam ser capazes de reuni-los em uma única fonte, segundo a consultoria.

BIG DATA - Impacto econômico potencial em bancos de varejo, em bilhões de US$

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Fora da caixa O programa de inovação Open Future, do Grupo Telefónica, inaugurará dois espaços coletivos de trabalho para startups no primeiro trimestre, no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo. Atualmente são quatro estações.

Uva brasileira A Casa Valduga passará a vender seus vinhos brasileiros para Chile, África do Sul, Angola e Rússia em 2017. Hoje, 18 países são atendidos pela empresa. As exportações correspondem a cerca de 6% das vendas.

Ciência saudável O Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Oswald Cruz, dará R$ 1 milhão a pesquisadores selecionados que estudem o impacto de equipamentos e procedimentos no SUS para melhorar políticas públicas.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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