Folha de S. Paulo


Piora na venda de itens de higiene nas farmácias se agrava no fim de 2016

A desaceleração da venda de produtos de higiene e beleza nas farmácias se agravou nos últimos meses de 2016.

Até a primeira metade do ano, os itens impulsionavam o crescimento das empresas do setor. A partir de agosto, porém, o segmento passou a perder ritmo, segundo dados da Abrafarma, que reúne as grandes varejistas.

Entre janeiro e novembro, o comércio de não medicamentos cresceu 8,4%, na comparação com igual período de 2015 -até o primeiro semestre, a alta era de 12%.

"No último trimestre, essa tendência ficou mais forte, especialmente no Nordeste", diz Deusmar Queirós, fundador do Grupo Pague Menos.

O desaquecimento preocupa as companhias porque os preços de remédios são regulados pelo governo, e sua demanda é relativamente estável -portanto, são os demais produtos que têm o maior potencial de ampliar a receita.

O setor, um dos últimos do varejo a sentir a retração do consumo, ainda deverá fechar 2016 com alta de faturamento, mas em taxas menores que no passado.

"É a menor expansão para as farmácias desde 2000", afirma Paulo Paiva, diretor na América Latina da consultoria Close-up International.

Em 2016, o total de unidades vendidas, tanto em redes como em lojas independentes, subiu 4,5%, diz ele. Em 2015, a alta havia sido de 6,5%. Nas grandes varejistas, o crescimento em unidades, até novembro, foi de 1,7%.

farmas

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Teste da zika

Aprovado pela Anvisa, o teste rápido tríplice para dengue, chikungunya e vírus zika que a Fiocruz começa a produzir terá como base de negociação o valor de R$ 80 a unidade, segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

"A negociação apenas se iniciou", afirma.

"Como fizemos com a Bahiafarma [laboratório público que produz teste para detectar o zika], vamos negociar a disponibilidade, o prazo e o preço para ver a conveniência de a Saúde adquirir."

Foi também aprovado o teste rápido de chikungunya, da Brasilfarma. A doença é um dos grandes problemas da pasta: o total de infectados foi de 36 mil, em 2015, para cerca de 263 mil, em 2016.

O laboratório baiano está em fase de entrega de 3,5 milhões de unidades do teste rápido da zika. Ainda não há data para estarem nos postos, de acordo com o ministro.

Em relação à vacina contra o HPV para meninos, que chega ao SUS nesta semana, o investimento do ministério foi de R$ 288 milhões em seis milhões de doses (R$ 48 cada unidade).

Trata-se de uma parceria entre o Instituto Butantã e a Merck Sharp & Dohme que transferirá a tecnologia em 2018.

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Retomada eletrônica

Após dois anos seguidos de queda, as vendas de eletroeletrônicos no Brasil deverão voltar a crescer em 2017, segundo a consultoria Gartner.

Cerca de 55,2 milhões de dispositivos como computadores, notebooks, tablets e celulares serão comercializados neste ano no país, de acordo com a projeção atualizada da companhia.

Na comparação com 2016, a alta é de 2,7%. Apesar da melhora, o crescimento brasileiro no segmento deverá seguir a tendência global e arrefecer nos próximos anos, diz David Glenn, analista do Gartner.

"O Brasil não voltará ao nível de 2014", afirma. "O interesse de consumidores por computadores e notebooks tem diminuído no país e deverá cair a uma taxa de 5% ao ano até 2020."

O maior salto no consumo, de 2%, deverá ocorrer na categoria de equipamentos mais leves e modernos, diz Glenn.

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Cinema regional

Os governos de Minas, Pernambuco e Ceará devem publicar editais até o fim de janeiro que, juntos, contemplam produtores audiovisuais com R$ 42 milhões.

Parte do valor (R$ 23 milhões) é dos Estados, e o resto, do fundo setorial do audiovisual, gerenciado pela Ancine (agência do cinema).

Só produtoras desses locais podem se candidatar.

Desde 2014, o órgão federal distribuiu R$ 153 milhões do fundo setorial, cuja maior fonte financiadora é uma contribuição que as teles pagam, a Condecine.

Pelo acordo, a agência paga R$ 2 para cada R$ 1 que Estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste distribuem às produtoras, com um teto de R$ 10 milhões. A proporção muda para as demais regiões.

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Emprego O setor paulista de viagens e eventos fechou 1.917 vagas no terceiro trimestre de 2016, 2,7% a menos que no mesmo período de 2015. Em 2017, a tendência é de estagnação, aponta a FecomercioSP.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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