Folha de S. Paulo


Empresas se preparam para novo seguro-garantia de infraestrutura

Apesar da incerteza em relação às mudanças de regra de seguros-garantia para obras de infraestrutura, empresas já começam a se organizar internamente para um aumento de demanda, afirmam executivos.

O setor aguarda a tramitação de um projeto de lei que prevê a ampliação para até 30% da cobertura de grandes empreendimentos.

O texto seria votado na terça (6) pelo plenário do Senado, mas, em meio ao imbróglio sobre a presidência da Casa, não entrou em pauta.

"As empresas terão de delinear bem um plano antes da aprovação. Hoje, a questão é como calcular esse risco", afirma Roque Melo, diretor da seguradora J. Malucelli.

A expectativa é que, caso a votação ocorra em breve, o produto possa ser oferecido a partir da metade de 2017.

Para dar conta da análise de risco das obras, as seguradoras estudam ampliar as equipes de engenharia ou buscar parcerias com terceiros, diz o diretor da área na Swiss Re, João di Girolamo.

A Zurich tem estudado experiências internacionais para elaborar o produto, afirma Pedro Mattosinho, executivo que responde pelo setor.

Além da expectativa com as novas regras -que "vão revolucionar o mercado", segundo Girolamo-, a demanda deverá crescer à medida em que as grandes obras de infraestrutura sejam retomadas, avaliam os executivos.

"Entendemos, porém, que essas mudanças vão ocorrer em ritmo lento no país", destaca Mattosinho.

ENTENDA

Mudanças no seguro-garantia em obras de infraestrutura

>> O que é o projeto de lei?
O PLS, em tramitação no Senado, prevê a modernização da Lei de Licitações e Contratos

>> O que diz o texto?
Seguro-garantia se torna obrigatório para obras de grande porte, com cobertura de até 30% do valor total do contrato

>> O que as empresas querem mudar?
Regras mais claras para retomar a obra
Isenção de cobertura de débitos trabalhistas em caso de rompimento
Não ter obrigação de fiscalizar e auditar a obra
Eliminação de multa em caso de não retomada de obra

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Café para levar

A Fran's Café, de cafeterias, firmou parceria com a 3 Corações, que será a nova fornecedora oficial das lojas.

A meta da empresa é ampliar a fatia do produto no faturamento, hoje entre 30% e 40%, em ao menos dez pontos percentuais, afirma o fundador, Francisco Conte.

A 3 Corações criou uma linha exclusiva para a rede -com opções em cápsula e em grãos- que também será comercializada em mercados.

A Fran's terá participação entre 10% e 15% nas vendas do varejo, diz ele. "O impacto na receita será importante, a alta deverá ser de 10%."

Neste ano, a rede prevê uma receita estável em relação a 2015, com crescimento próximo à inflação.

No ano que vem, o plano é de expansão: a empresa planeja a abertura de cerca de oito unidades próprias. O valor de investimento, porém, não é revelado.

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Braços cruzados

A construção pesada chegou a seu pior nível de emprego em São Paulo desde maio de 2011, de acordo com o Sinicesp, sindicato paulista da indústria.

Em outubro, foram cortadas 2% das vagas, a maior queda mensal neste ano. Na comparação com o mesmo mês de 2015, a retração dos postos de trabalho é de 13,3%.

Até o fim deste ano, a tendência é que a taxa se agrave: a queda será de ao menos 14%, calcula a entidade.

O motivo do pessimismo é sazonal: novembro e, principalmente, dezembro são meses em que as obras se paralisam por conta das chuvas, aponta o diretor do sindicado Newton Cavalieri.

"Sem uma perspectiva de recuperação no ano que vem, as empresas não têm por que reter os funcionários."

Hoje, a projeção é de que uma retomada do número de empregos comece a se esboçar apenas a partir do segundo trimestre de 2018.

construcao

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Frete com exclusividade

O preço de produtos transportados nas trocas entre Brasil e Chile é, em média, 3% a 5% mais alto do que se operações semelhantes fossem feitas com outros países da América do Sul.

A estimativa é do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O frete marítimo entre chilenos e brasileiros só pode ser feito em navios com bandeira de alguma dessas nações, devido a um acordo de 1974.

A regra poderá ser revista pela Camex (Câmara de Comércio Exterior). A reunião que decidirá o tema está prevista para a próxima terça (13).

Hoje só duas empresas realizam a rota, o que leva a "um nível de preços superior aos custos marginais", segundo relatório do Ipea ao qual a coluna teve acesso.

A mudança também representaria crescimento de 6,42% nas exportações brasileiras para o Chile e de 23,61% nas importações, de acordo com o instituto.

chile

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Varejo atacado

A rede atacadista Roldão prevê um investimento de R$ 80 milhões a R$ 90 milhões para abrir novas lojas no ano que vem.

Seis já estão confirmadas: quatro na Grande São Paulo e duas na região de Campinas. O número de inaugurações poderá ser maior, segundo o presidente da companhia, Ricardo Roldão.

"Em uma estimativa um pouco mais otimista, com uma estabilização do quadro político e uma melhora na economia, teremos de oito a dez operações novas."

Neste ano, foram sete unidades novas, quatro delas adquiridas junto à mineira Mega Atacadista.

"São três boas lojas e uma razoável, em Marília (SP) -não conhecíamos bem a região, e o ponto físico não é o ideal", afirma o executivo.

30
é o número de lojas da Roldão

14%
é a estimativa de crescimento no volume de vendas em 2016

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Negócios... As empresas de programas de fidelidade faturaram R$ 1,22 bilhão no terceiro trimestre de 2016, alta de 3,4% em relação ao período anterior, mas aquém do começo do ano, aponta a Abemf (associação do setor).

...de permanência No total, há quase 80 milhões de cadastros de clientes, mas uma grande parte pertence ao banco de dados de mais de uma companhia -a entidade estima que 20 milhões de brasileiros participem de programas.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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