Folha de S. Paulo


Gestoras de fundos menores perdem licenças após novas regras da CVM

Joel Silva / Folhapress
ORG XMIT: 341101_1.tif SAO PAULO,SP,BRASIL, 17:00Hs. Opreadores da XP Investimentos, acompanham fechamneto da bolsa de valores a cinco horas da tarde, na Av BrIg. Faria Lima, zona Oeste de Sao Paulo. A bolsa de Sao Paulo, BOVESPA fechou em queda de menos 3% hoje.. ( Foto Joel Silva / Folhapress ***EXCLUSIVO FOLHA*** DINHEIRO****
Operadores da XP Investimentos, que anunciou aquisição da Rico na última quinta-feira (1º)

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tem cassado registros de gestoras de fundos que não se adaptaram às novas regras, em rigor desde o final de junho, diz Daniel Maeda, superintendente de relações com investidores.

"Empresas que não atendem os requisitos têm as autorizações canceladas. Esse processo ainda não acabou, o número [de encerramentos] ainda é atualizado."

Desde junho, ficou mais oneroso para gestoras pequenas operarem. Elas precisam passar mais informações sobre a carteira ao órgão e têm de seguir normas detalhadas de compliance.

São as administradoras de recursos menores que perdem o registro por descumprimento de normas, e que são alvo mais frequente de reclamações de investidores, segundo Maeda.

Em 2016, ficou mais difícil conseguir a permissão para atuar como gestor, e, em consequência, os entrantes caíram de 71, em 2015, para 25.

O número do ano passado, porém, foi inflado por quem antecipou a mudança da norma, diz Maeda.

O setor, em geral, passa por uma consolidação com a crise. A última aquisição anunciada foi a da Rico pela XP.

Nas pequenas gestoras, a recessão, somada às novas regras, aprofundou a perda de lucratividade.

"Fomos procurados por três 'assets' pequenas, mas não fechamos negócio", conta Telêmaco Genovesi, da GGR Investimentos.

CHACOALHADA DA INSTRUÇÃO - Mudanças desde a nova norma

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Sacola de compras

Um dos projetos do Iguatemi é reduzir o nível de endividamento para aumentar a participação societária em outras operações -principalmente nos shopping-centers que o grupo já administra.

A empresa é sócia de 17 centros, com porcentagens que vão de 8,4% (no de Caxias) a 100% (Market Place, em São Paulo, e Galleria, em Campinas). A dívida líquida é de R$ 1,78 bilhão.

Os últimos aportes do grupo no segmento foram no JK Iguatemi e no Pátio Higienópolis.

A próxima abertura deve ser um outlet em Florianópolis, segundo Marcelo Miranda, vice-presidente comercial e de marketing.

"Ele pode ficar pronto em 2017, mas é preciso haver compatibilidade com o tempo de investimento dos lojistas e, por isso pode atrasar", afirma.

O primeiro shopping em São Paulo, que leva o nome do grupo, se prepara para receber outras grifes internacionais de luxo, como Hermès, Fendi e Valentino.

R$ 2,9 BILHÕES
foram as vendas totais no terceiro trimestre

1,9%
foi o crescimento das vendas no período

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Casinha pequenina

A flexibilização de regras do Minha Casa Minha Vida para construtoras pequenas, anunciada na terça (29), não deverá acelerar a recuperação do setor, mas evitará danos maiores a um segmento já fragilizado, segundo entidades.

Até 2018, empreendimentos de no máximo 12 unidades ou em cidades com menos de 50 mil habitantes não precisarão pavimentar vias próximas e poderão vender casas com alvará expedido até junho de 2017.

"Toda ajuda é bem-vinda, mas os maiores problemas, como o atraso nos repasses, continuam", afirma José Elias Hiss, diretor-executivo da Apemec-SP (do segmento).

"As margens de construtoras pequenas já são baixas. Se tiverem que asfaltar ruas, o negócio fica inviável", diz Walter Cover, presidente da Abramat (de materiais de construção).
"O impacto econômico da mudança para nós, no entanto, não é relevante", afirma.

A CBIC (câmara do setor) defende que haja exigências, mas considera a medida sensata. "A empresa não deve ser responsável por aquilo que a prefeitura não fez", diz o presidente José Martins.

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Seguro sem fronteiras

Uma mudança nas regras do seguro de crédito para exportações flexibilizou a operação das empresas. Entre as alterações, foram ampliados o escopo de quem pode contratar o produto e as taxas máximas de cobertura.

Além de exportadores e instituições financeiras, foram incluídos no texto fundos de investimento, agências de crédito e órgãos internacionais de financiamento.

A definição do que pode ser coberto também se expandiu: foram incorporadas exportações estrangeiras, desde que contenham componentes brasileiros, ou estejam associadas a prestadoras de serviços nacionais.

O impacto das regras, porém, vai depender do apetite das seguradoras por ampliar suas coberturas, afirma Kiyoshi Watari, que lidera a área de crédito da Marsh Brasil.

"A legislação era restritiva. As seguradoras, em sua maioria multinacionais, passam a poder oferecer no Brasil produtos mais completos que já são ofertados em outros países. O mercado, porém, ainda vai digerir as mudanças."

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Emprego à vista

A intenção do comércio de contratar funcionários cresceu pelo sétimo mês consecutivo em novembro, segundo a FecomercioSP.

O aumento foi de 4,3% em relação a outubro e 38,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A previsão de novos investimentos também aumentou: 6% sobre outubro e 8,7% em relação a novembro de 2015.

A tendência de alta, no entanto, poderá ser interrompida se as instabilidades políticas que têm afetado o governo Temer não cessarem, diz Fábio Pina, da entidade.

Os indicadores ainda estão longe do nível visto antes da crise, afirma. "Só em 2018 voltaremos ao patamar de 2013, isso se tudo correr bem."

PENSAMENTO POSITIVO - Índice de expectativa para contratação de funcionários no comércio, de 0 a 200

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Quero... O valor gasto com compras on-line entregues no mesmo dia em que o pedido foi feito deverá alcançar US$ 4 bilhões até 2018 nos Estados Unidos. Em 2014, o montante movimentado foi de apenas US$ 100 milhões.

...agora Com o aumento anual de 5% nos gastos com entregas desde 1997, a receita de varejistas caiu uma média de 1% a 2%. A redução deverá ser maior com a adaptação a entregas "mesmo-dia", segundo a Bain & Company.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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