Folha de S. Paulo


Gasto com fiação subterrânea vai ter de constar na tarifa de energia

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 25-01-2013 10h57:Exemplos negativos onde fiacao eletrica de Sao Paulo deveria ser subterranea. Caso da Rua Pamplona (Foto Eduardo Knapp/Folhapress.COTIDIANO)
Fiação elétrica em São Paulo; nova regra da Aneel pode tornar aterramento mais transparente

Uma nova norma da Aneel (agência de energia) determina que os investimentos em fiação subterrânea não podem ser divididos por todos os clientes da distribuidora e que os valores devem ser discriminados nas tarifas.

A regra, publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (23), determina que se uma cidade ou um condomínio decidem aterrar a rede, só eles devem pagar por isso, e o custo não pode ser pulverizado por toda a base.

A mudança torna o ambiente mais propício ao aterramento, segundo Nelson Leite, presidente da Abradee (associação das distribuidoras). "As empresas precisavam dessa clareza", afirma.

A rede subterrânea, no entanto, depende de outros fatores, como a disposição dos clientes para gastar —o investimento em fiação embaixo da terra é, em média, dez vezes mais alto que a aérea.

Em um momento de crise fiscal, dificilmente os municípios vão optar por ela, lembra Leite. "A administração pública tem tido deficits orçamentários", afirma.

A nova regra traz justiça tributária, diz Sidney Simonaggio, vice-presidente de assuntos regulatórios da AES Eletropaulo, mas é preciso haver harmonia entre diferentes entes para a expansão.

"Não é a Eletropaulo que diz 'vou aterrar'. A decisão precisa ser das operadoras de telecomunicação e das prefeituras também."

Rede subterrânea de eletricidade - Estimativas de custo em R$ milhões por quilômetro

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Sam Zell vende participação em incorporadora do Paraná

O fundo Equity, do investidor norte-americano Sam Zell, revendeu sua fatia da incorporadora Thá, do Paraná, aos donos originais, a família cujo sobrenome batiza o grupo empresarial.

O valor da transação não foi revelado, mas a coluna apurou que os Thá desembolsaram US$ 10 milhões (cerca de R$ 35,5 milhões) para voltar a ter controle do negócio.

Em 2012, o Equity ficou com 80% do conglomerado, que inclui incorporação, engenharia e venda de imóveis.

Os investidores estrangeiros precisavam vender suas ações, pois esse aporte era de um fundo que tinha prazo para realizar os lucros e fechar.

No ano passado, a construtura Thá teve uma queda de 27% do faturamento. No ranking da Cbic (câmara do setor), ela ficou em 32º lugar —uma posição acima de 2014.

Zell ficou famoso por ter investido no Brasil antes do bom momento econômico do país, na década passada.

O Equity ainda tem uma fatia de uma empresa de armazenagem brasileira e, neste ano, fez um aporte de R$ 400 milhões na Estapar.

O fundo e a família foram procurados pela coluna, mas não se pronunciaram.

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Expansão na nuvem

A Odata, empresa de data center que recebeu aporte do Pátria Investimentos, vai investir cerca de R$ 150 milhões no ano que vem para completar seu primeiro centro de dados, em Santana de Parnaíba (SP).

O valor será aplicado em equipamentos e em subestações de energia para a unidade, afirma o presidente, Ricardo Alário.

Em 2017, a companhia ainda prevê iniciar a construção de um centro na Colômbia, e adquirir terrenos no Rio de Janeiro e no Nordeste —Fortaleza e Recife são possíveis destinos.

"A expansão dependerá da demanda dos clientes, mas o plano de negócios inicial prevê cinco unidades."

No Chile, outro mercado latino onde a empresa pretende se instalar, o planejamento ainda está em estágio menos avançado, diz.

13,5 mil m²
é a área total do centro paulista da empresa, que ficará pronto em março de 2017

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Planalto central

Para aumentar sua presença nas regiões Norte e Centro-Oeste, o grupo Gazin, varejista de móveis e eletrodomésticos, vai investir R$ 33 milhões em 2017.

A verba será destinada à abertura de seis lojas e à aquisição de veículos usados em entregas, diz Osmar Della Valentina, presidente do grupo.

Com 236 unidades, a empresa também tem seis fábricas de colchões e vende por atacado para o resto do país.

Neste ano, R$ 38 milhões foram gastos no treinamento de funcionários e na abertura de 18 unidades.

"Nossa meta é, anualmente, investir pelo menos 1% do faturamento, com foco no varejo", afirma o empresário.

O alto nível de inadimplência atrapalhou os negócios, mas o objetivo de igualar o resultado de 2015 foi superado, diz ele. A projeção é que o faturamento seja de R$ 3,2 bilhões, alta de 3% em relação ao ano passado.

"Não fechamos lojas e nem cortamos funcionários durante a crise. Agora já vemos uma estabilização do mercado", aponta Della Valentina.

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Sexta negra

Apenas 14% das empresas de eletrônicos projetam um aumento de vendas na Black Friday e no Natal deste ano, segundo a Abinee, que ouviu fabricantes ligadas à associação na última semana.

Para 57% das companhias, o desempenho neste fim de ano ficará no mesmo patamar do de 2015, e 30% delas projetam um resultado pior.

A Black Friday foi apontado pela maioria (56%) dos empresários como o evento mais importante do ano, acima do Natal (44%).

Entre as companhias que acreditam que as vendas vão subir no período, a maioria (67%) não planeja ampliar sua produção.

"É um sinal de pessimismo em relação a 2017. As fabricantes não devem repor seus estoques até que sintam mais confiança em uma recuperação", avalia o presidente da entidade, Humberto Barbato.

O resultado indica o esgotamento de uma onda de otimismo na indústria, que ocorreu entre maio e setembro deste ano, diz ele. "Esperamos uma retomada só no segundo semestre de 2017."

Pane no sistema - Aumento das vendas de eletroeletrônicos no fim de ano será suprido por...

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Varejo em obras

O grupo Zaffari, de supermercados e shopping centers, planeja investir R$ 100 milhões no ano que vem somente em reformas e ampliações.

O aporte servirá para aumentar a central de distribuição da empresa em Porto Alegre e para renovar lojas da rede. Hoje são 34 operações no varejo e nove shoppings, localizados no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

Além desse investimento, outros R$ 120 milhões foram destinados a unidades com abertura planejada para 2017.

Um supermercado na capital gaúcha está previsto para fevereiro e um hipermercado em Canoas deve ficar pronto no segundo semestre.

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Na... O faturamento do comércio eletrônico brasileiro caiu 20,2% na comparação entre a segunda e a primeira semana de novembro.

...expectativa A redução de R$ 996 milhões para R$ 795 milhões está associada à proximidade da Black Friday, segundo a Ebit.

Comida O grupo de franquias EMS vai investir R$ 10 milhões em 2017 para abrir sorveteria e restaurante próprios em São Paulo, além de uma fábrica de sorvetes no Nordeste ou Centro-Oeste.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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