Folha de S. Paulo


Faturamento de serviços em São Paulo cai R$ 7 bilhões neste ano

O setor de serviços na capital paulista faturou R$ 173,9 bilhões neste ano até agosto -uma queda real de 4% em relação ao mesmo período de 2015, aponta a FecomercioSP, com dados da Secretaria de Finanças da prefeitura.

A projeção da entidade é que as empresas fechem 2016 com uma redução de 3,5% de sua receita anual, já descontada a inflação. Um resultado positivo deverá vir em 2017, segundo Kelly Carvalho, da federação.

"Com o aumento da confiança dos consumidores, deverá haver uma melhora nos próximos meses, mas o setor, que foi o último a sentir os efeitos da crise, deverá ser o último a sair dela", avalia.

POSSO AJUDAR? - Faturamento do setor de serviços em São Paulo

A retração foi puxada principalmente pelo mau desempenho dos serviços contratados por outras empresas, como os jurídicos, econômicos e técnico-administrativos.

O segmento, que corresponde a 34% da receita total do setor, teve uma diminuição de 6% no período. As empresas de construção civil também tiveram uma forte redução, de 27,6%.

Os serviços de saúde foram os que mais cresceram. A área teve um aumento de 19,9% no acumulado deste ano até agosto, o equivalente a R$ 2,6 bilhões a mais que no mesmo período de 2015.

Outro segmento com resultado positivo foi o turismo, que cresceu 12,1%. "Os Jogos Olímpicos atraíram visitantes também a São Paulo, e as viagens de negócios não caíram tanto no período."

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Cozinha maior

A Sapore, de alimentação corporativa, aproveitou a experiência de servir refeições nos Jogos Olímpicos do Rio para lançar uma divisão voltada a grandes eventos.

A área receberá parte do aporte de R$ 33 milhões que a empresa prevê para 2017.

Outra parcela será usada na expansão internacional da companhia, hoje no México e na Colômbia. Os próximos alvos são Argentina e Peru.

"Em três anos, teremos representatividade local suficiente para entrar no Chile e, em 2020, nos Estados Unidos", afirma Daniel Mendez, presidente da empresa.

As metas para 2016 foram superadas, e a Sapore terá receita de R$ 1,7 bilhão, 18% a mais que 2015, diz ele.

"Em 2017, projetamos crescer 14%, até porque algumas vendas, que já nos garantem mais 6%, só vão se concretizar no ano que vem."

15 mil
são os funcionários da Sapore

1.100
é o número de restaurantes em que a empresa atua no Brasil

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Polêmica transmissão

Um processo no STJ entre a Oi e o Ecad, que dirá se o escritório deve arrecadar de serviços de streaming (música sob demanda pela web) como Spotify e YouTube, tomou rumo desfavorável ao órgão de direitos autorais.

Inicialmente, a tese do Ecad foi acatada por dois ministros. Um terceiro acolheu o entendimento da Oi.

Agora, um dos que haviam dado razão ao Ecad pode mudar o voto.

O streaming, para os advogados da tele, não é de execução pública, mas individual. "A transmissão aberta é para um grupo indeterminado de ouvintes. Nesse caso, é para um só", diz Ana Basílio, advogada da Oi.

O argumento é "natimorto", afirma Pedro Paulo Muanis, que representa o Ecad.

"O conceito de execução pública não se constrói do ponto de vista de quem ouve. Se está disponível às pessoas, o conteúdo está aberto ao público." O Ecad vai manter a estratégia: "Tenho dois votos, e a Oi, um", diz Muanis.

CONTANDO VIL METAL - Arrecadação do Ecad

Arrecadação do Ecad - Maiores crescimentos (em %)

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Frete... O volume somado de entregas dos Correios, TNT Express e Total Express cresceu 14% em 2015 no Brasil, segundo a Pitney Bowes. O aumento é maior que a média global, de 2,9%.

...em alta As compras de consumidores eletrônicos impulsionaram o número, aponta a empresa. O custo da operação subiu 15,4% em termos nominais nesse período.

Bebidas Dos R$ 10 milhões que o Rei do Mate investirá em 2017, R$ 2 milhões serão destinados à linha de chá envasado. A empresa prevê ampliar as vendas de varejo no Sul e Nordeste do país.

Transporte A LM Frotas investiu R$ 30 milhões para adquirir caminhões da Iveco. A compra corresponde a 70% do que a fabricante costuma faturar por mês.

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Mães no comando

A oscilação do dólar tem sido benéfica para a venda de produtos para bebês, segundo a criadora da feira Baby Bum, do setor.

"Quando a moeda está mais cara, mães param de ir à Miami e compram o enxoval aqui", afirma Graziella Ades, que diz não ter sentido o impacto da recessão nos negócios.

A expectativa é que o evento, que começa nesta quarta-feira (16) em São Paulo, movimente R$ 4 milhões em quatro dias de duração.

São cinco edições por ano, duas delas menores, realizadas no interior do Estado.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI


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