Folha de S. Paulo


Bens de luxo sofrem para chegar a varejo na internet

O mercado de luxo global ainda resiste em aderir às vendas digitais, mas há perspectiva para crescimento, aponta a consultoria BCG. Hoje, 42% das transações são feitas só nas lojas físicas.

Metade dos negócios do setor tem participação híbrida: a pesquisa do cliente é feita on-line, e a compra, na loja, ou vice-versa.

Os clientes das marcas desse nicho ainda não são frequentes no comércio digital, afirmam executivos do setor.

"Os itens de luxo têm especificidades, materiais selecionados e atendimento especializado. O consumidor gosta de sentir o produto na mão", avalia Freddy Rabbat, diretor-executivo da relojoaria suíça Luminox no Brasil.

Um dos desafios do mercado será reproduzir no e-commerce o "encantamento" da compra, diz Erica Pagano, diretora do Grupo Technos, que comercializa relógios de marcas como Burberry e Armani.

A Swarovski, que em novembro inaugurará sua plataforma on-line no Brasil, demorou mais para começar as vendas digitais no país pela dificuldade de distribuição, afirma a CEO, Carla Assumpção.

"Globalmente, as vendas on-line se tornaram centrais ao faturamento da companhia. No Brasil, projetamos que o digital atinja uma participação de 12% na receita total da empresa", diz.

Atualmente, apenas 7% das empresas desse segmento em todo o mundo utilizam plataformas on-line em suas vendas. A taxa deverá chegar a 12% nos próximos quatro anos, segundo a BCG.

PIXEL CHIQUE - Influência digital nas compras do mercado de luxo no mundo

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Chegou a hora

A relojoaria suíça Luminox acaba de iniciar sua operação no Brasil. A entrada no país era estudada pela empresa havia cinco anos -os planos foram postergados devido à crise, diz o CEO global, Martin Grossenbacher.

"Além da retração da economia, tivemos dificuldade de encontrar os parceiros certos. É um setor que requer uma qualificação alta."

A projeção da companhia é, dentro de cinco anos, ocupar uma fatia entre 3% e 5% do mercado nacional de relógios de luxo —estimado em R$ 500 milhões por ano.

A empresa já fechou contrato com dez pontos de venda, número que deverá subir para 25 no ano que vem. A meta é chegar a cem postos.

A Luminox trabalha com relógios de alta resistência, compostos por materiais como aço, carbono e titânio, e os modelos vão de R$ 1.500 até R$ 15 mil.

200
são os funcionários da empresa

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Sabesp e Metrô terão área para medidas anticorrupção

Até o fim deste ano, todas as empresas com controle acionário do governo estadual de São Paulo —como Sabesp, o Metrô e a Dersa— terão um departamento interno de compliance (conformidade a regras e leis).

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) deverá assinar nos próximos dias um decreto para determinar a criação da área, afirma o subsecretário de ações estratégicas, Juan Carpenter.

"O departamento vai se reportar diretamente ao presidente da companhia, ou ao conselho de administração, que é quem elege a diretoria."
Haverá um canal de denúncias anônimas para fornecedores e funcionários das companhias, diz.

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Comércio radiante

Uma missão de executivos da empresa estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil) está na Argentina em busca de negócios no país vizinho.

Em junho, a companhia, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, firmou contrato para fornecer urânio à menor das quatro usinas argentinas.

Esse negócio tem valor de US$ 4,5 milhões (R$ 14 milhões, na cotação atual).

"O esforço agora é para conseguir contratos com as outras", diz João Carlos Tupinambá, presidente da INB.

A visita é comercial e técnica, para averiguar se o urânio brasileiro, cuja tecnologia foi desenvolvida pela Marinha, pode ser usado nos três outros reatores do país.

A Argentina vai ampliar de quatro para sete o número de usinas nucleares. Das três a serem construídas, duas serão feitas por chineses. A outra concorrência está aberta.

O Brasil dificilmente conseguirá se tornar fornecedor de urânio das novas instalações, pois, nos primeiros anos de vida delas, o fabricante supre o combustível.

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Entre gigantes

Pequenos produtores de refrigerante projetam faturar R$ 2,1 bilhões em 2016, um aumento de 5% ante 2015.

O volume, no entanto, deve cair de 2 bilhões para 1,9 bilhões de litros neste ano, segundo a Afrebras, que representa 13% do mercado.

A porcentagem poderia ser maior se o benefício concedido às fábricas de concentrado de grandes empresas na Zona Franca de Manaus fosse revisto, segundo Fernando Bairros, presidente da entidade.

Isso tornaria a concorrência menos desigual, diz.

A associação discutiu o assunto nesta segunda (24) no Ministério da Fazenda.

A estimativa da Afrebras é que o governo arrecade R$ 5,5 bilhões a mais de tributos caso a revisão seja feita.

A Abir, associação das grandes companhias, é contra a medida. "Se fosse revista, o setor inteiro perderia, porque pequenas também compram na Zona Franca", afirma.

Empresas maiores obtêm crédito tributário ao comprar o insumo das subsidiárias, rebate Bairros, da associação dos pequenos fabricantes.

PEQUENOS PRODUTORES -

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Pista em... O volume de asfalto vendido no Brasil deve fechar 2016 em queda de 34% em relação ao ano passado, prevê a Abeda (associação das distribuidoras).

...manutenção O consumo chegará a 2,1 milhões de toneladas, segundo a estimativa. O setor aponta que a redução da demanda do Dnit foi o maior motivador da queda.

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