Folha de S. Paulo


Vendas de fim de ano devem reduzir retração da indústria plástica em 2016

A produção de transformados plásticos cresceu 4,6% em agosto, em relação ao mês anterior, aponta a Abiplast, que reúne fabricantes do setor.

Com a perspectiva de um terceiro trimestre mais forte, a indústria reviu suas expectativas para 2016: há dois meses, projetava encerrar este ano com uma queda de 9,7% da produção. Agora, prevê uma retração entre 5% e 6%.

O aumento é uma tendência sazonal, destaca o presidente da associação, José Ricardo Roriz Coelho.

"É o período em que as companhias enchem suas prateleiras para o comércio de Natal e que são feitos os pedidos para a produção de automóveis do ano seguinte."

Descontado o efeito sazonal, o desempenho é mais modesto, uma alta de 0,8%.

O aumento da confiança em relação à economia nos últimos meses, porém, elevou a projeção de vendas deste trimestre, diz ele.

Entre os setores que ampliaram sua demanda em agosto, estão o de máquinas e equipamentos (13,3%), alimentos (1,3%), bebidas (8,3%), eletroeletrônicos (15,6%) e automotivo (0,2%).

No acumulado de 12 meses até agosto, no entanto, a queda da produção ainda é de 10,9%, e, na comparação com o mesmo mês de 2015, há uma diminuição de 3,8%.

Outro sinal positivo foi o saldo de empregos, que ficou estável em relação a julho, com alta de 0,3%. É o primeiro resultado mensal que não aponta queda no número de postos de trabalho desde janeiro deste ano.

"Em 2015, pela primeira vez tivemos uma redução de 31 mil funcionários [cerca de 22% de corte], então a estabilização é um alívio."

NOVO FÔLEGO - Desempenho da indústria de transformados plásticos (produção, em milhares de toneladas)

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Pague como quiser

A Autopass, uma empresa de tecnologia para transportes públicos, investiu R$ 36,5 milhões em uma nova máquina para os pagamentos das passagens.

Na segunda-feira (17) começará a funcionar um piloto de um sistema que aceitará cartões de débito e crédito nos ônibus e trólebus que ligam os bairros de São Mateus e Jabaquara, na cidade de São Paulo.

Os usuários que tiverem cartões de banco com tecnologia semelhante à do bilhete único terão o preço da passagem tirado diretamente de suas contas.

A ideia é atender pessoas que viajam eventualmente de ônibus, metrô ou trem, mas que não têm cartões de transporte público.

"O mercado é formado pelos 30% de passageiros da região metropolitana de São Paulo que pagam com dinheiro", diz Rubens Gil Filho, diretor-presidente.

O Metrô e a CPTM, que já aceitam o cartão da Autopass, chamado BOM, são clientes potenciais de um outro novo produto, um passe com um código QR impresso em papel.

Os bilhetes mais tradicionais, os de fita magnética, hoje usados nesses serviços, devem ser trocados por esse novo tipo de passe.

2,5 milhões
de viagens são pagas com os bilhetes da Autopass por dia

7,5 milhões
é o número de cartões
que a empresa já emitiu

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Rodas do futuro
A indústria automotiva brasileira tem dificuldade de trazer inovações digitais ao seus canais de vendas devido a entraves regulatórios, afirma o sócio da consultoria McKinsey, Bjorn Hagemann.

A comercialização direta das montadoras é barrada por uma lei que impõe a necessidade de um intermediário na transação -exceto em casos específicos, como frotas da administração pública e compradores especiais.

"As concessionárias são geralmente empresas familiares, de menor porte. Para eles, não faz tanto sentido investir em digital. Para isso, é preciso uma nova abordagem de cooperação entre fabricantes e pontos de venda."

Com a queda no comércio de automóveis -de 22,8% no acumulado de janeiro a setembro, em relação a igual período de 2015-, porém, as empresas brasileiras têm buscado mais recursos digitais, diz.

"As montadoras têm investido em sistemas para melhorar a gestão, com acompanhamento em tempo real de desempenho e descontos das concessionárias, além de um maior suporte aos vendedores, com mais dados."

Editoria de Arte/Folhapress
Mercado aberto
Mercado aberto

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Em paz com a vizinhança

As ações por falta de pagamento de condomínio caíram 62,5% de janeiro a agosto, em comparação ao mesmo período de 2015, segundo o Secovi-SP (entidade do setor).

A principal razão da queda é a mudança na lei trazida pelo novo Código de Processo Civil, que entrou em vigor em março deste ano, aponta Hubert Gerbara, vice-presidente do sindicato.

"As ações de cobrança, que antes demoravam anos, são resolvidas em até 15 dias. Isso inibe a inadimplência."

CALOTE NO CONDOMÍNIO - Ações judiciais por falta de pagamento, de janeiro a agosto

Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e CAROLINA MUNIZ


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